Capítulo 65

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Capítulo 65

16 de setembro de 2018, 17h40 – Ensenada, Baixa Califórnia

Alfonso encarava a foto de Mencía sem sequer piscar, seu coração estava acelerado, e quanto mais pensava na loira, mais ansioso sentia-se.

Muitas eram as dúvidas que rondavam sua mente: será que ela ainda se lembraria dele? O que sentiria ao vê-lo? Quão assustada ela ficaria? Poderia abraçá-la?

Tentava lembrar-se da última vez em que abraçara a ex-namorada, forçava a própria memória, na esperança de reviver tal sensação, mas era como se a distância tivesse conseguido apagar tal sentimento.

Olhou para o lado quando o carro parou a alguns metros de distância do bar em que, pelo menos teoricamente, a loira estaria. Deu um leve sorriso, contava os minutos para vê-la.

Mal podia esperar pelo momento em que a tiraria daquele lugar de aparência tão suja, em uma rua tão isolada e de aspecto tão perigoso.

Aquele bairro era o típico lugar onde ninguém, sem conhecimento prévio da ordem do tráfico, deveria pisar.

Sua mente voou para longe dali, levando-o a um lugar seguro, onde não havia ninguém além de Mencía. O que faria primeiro quando a visse?

Será que deveria concentrar-se em explicar como a havia encontrado? E se não dissesse nada e apenas a tirasse de lá?

Deveria comentar sobre Marisol ou guardar a informação para quando estivessem mais seguros?

Estava pronto para disparar uma arma, se fosse necessário? Saberia conviver com o fato de ter matado alguém? Seria capaz de matar por amor?

Poncho! – Lucía o chamou e o homem deu um pulo do banco.

Que susto, Lú! – arrumou a escuta no ouvido. – Quase me matou do coração! E de quebra eu quase matei o Rogelio também! – mirou o motorista, que riu baixo com ele.

Pois parem de ficar distraídos! Os dois! – Lucía sorriu do outro lado da linha. – Acabei de avisar ao Christopher que você já está aí. Ailin também já informou ao Dante.

E como está o Christopher? Já se acertou com a Dulce? – sorriu ao pensar no irmão. – Na ansiedade que ele estava, acho que só aquela garota para acalmá-lo.

Não perguntei para ele, porque sei que ele ainda não está com ela, e não quis dar margem para desesperá-lo. – contou. – Mas a Ailin já mandou uma mensagem e a Mary disse que estava a caminho. Eu rastreei e a história bate, então estamos tranquilas aqui. Aparentemente tudo está sob controle.

Graças a Deus. Em breve eu volto com a Mencía. – disse, e então riu sozinho. – Eu nem acredito que estou falando uma coisa dessas! Esperei tanto por isso, Lú!

Vamos dar uma vida digna para a sua garota, Poncho. – disse sincera. – E a Mari vai ter a alegria de crescer com os pais por perto.

É o que mais quero nessa vida. – sentiu os olhos marejarem. – Vou parar de falar, porque não quero voltar a chorar nesse carro. – tentou soar leve. – O Rogelio não aguenta mais me ver desse jeito!

Rogelio é um santo! – Lucía brincou. – Te aviso assim que tivermos a certeza de que a área está limpa, ok? – avisou-o. – Entre com a sua arma, Rogelio está com mais uma, você já deve ter visto um carro preto estacionado na rua ao lado do bar.... – disse, e o primo mirou automaticamente em direção ao local. – Ali tem mais duas pessoas nossas, armadas e prontas para qualquer emergência.

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