Capítulo 24
Anahí entrou no quarto ainda sentindo o corpo flutuar por todas as experiências tão positivas, o sorriso simplesmente não conseguia desmanchar-se de seu rosto.
Deitou-se na cama da irmã e encarou o teto repleto de estrelas, riu sozinha das coisas bobas que Dulce costumava gostar na infância.
Por alguns minutos, simplesmente dedicou-se a imaginar como teria sido sua infância se tivesse crescido perto da irmã. Teriam rido tantas vezes juntas? Teriam brigado muito? Ela teria aceitado encher o quarto com tantas estrelas? De quais primos ela teria gostado? O que seria diferente?
Levantou-se e caminhou até a janela do quarto, sentando-se ali e encarando o céu tão brilhante e tranquilo de Guadalajara.
Às vezes sentia que tudo era um grande sonho. Sua vida havia saído do inferno ao paraíso em tão pouco tempo.
Pensou em Anna. A mãe poderia tê-la privado de tanto sofrimento, ela jamais entenderia por que a loira se negara a vê-la feliz.
Mirou o relógio, eram 23h40, Dulce provavelmente ainda dormia, mas o coração estava ansioso demais para não falar com ela.
Arriscou a chamada de vídeo. O celular tocou uma, duas, três... seis vezes, e então a loira a atendeu.
— Oi, Anahí. – sussurrou.
— É chamada de vídeo, Dul. – sentia-se tão animada, que nem mesmo notara a escolha do apelido ao falar.
— Espere aí. — levantou-se em seguida.
A assessora viu o celular passear entre as mãos e a cama da irmã, depois rodou pelo quarto e, por fim, chegou à sacada.
Dulce sentou-se na cadeira de balanço, cruzou as pernas e segurou o celular em frente ao seu rosto.
— Bom dia, satã. — arrumou o cabelo, tentando alinhar os fios. — Não são nem sete da manhã aqui, espero que você tenha essa consciência.
— Dulce. – tornou-se séria ao encarar imagem da irmã.
— O que? Sabe bem que são sete horas de diferença. – bocejou. – São o que aí, onze e pouco?
— Dulce. – repetiu com a mesma seriedade. — Essa camisa é do Dante?
A jornalista olhou para si mesma e notou que seguia com a camisa do homem, então encarou a irmã outra vez e assentiu com calma; mentir seria pior.
— Estavam transando, Dulce? – arfou.
— Tecnicamente estávamos dormindo. – deu de ombros. – Nós transamos antes.
— Dulce María! – esbravejou.
— O que? – novamente deu de ombros. – Prefere que eu minta?
— Prefiro que você não transe com o seu ex! – disse em tom óbvio. – Mas parece que isso é pedir demais para vocês dois!
— Satã... – respirou fundo. – Não temos mais idade para fingir que não sabíamos que isso ia acontecer, não é? Eu solteira, ele solteiro, sozinhos aqui, vendo tudo do passado... tremenda prova de fogo seria!
— Se sabia que seria assim, não deveria ter ido! – arqueou as sobrancelhas. – Deveria ter evitado se aproxi... – parou de falar ao vê-la tranquila. – Hm. – pigarreou, e então voltou a falar com mais calma e paciência. – Você gostou, Dul? Foi bom para você?
— Eu gostei. Foi bom para nós dois. – disse de forma leve. – Nunca tivemos a chance de encerrar a nossa história, nós... nós precisávamos disso.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...