Capítulo 47

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Capítulo 47

Dulce sentiu os lábios quentes deslizando por seus braços, subindo lentamente até seu ombro, misturando ao deslizar suave das pontas dos dedos em sua pele; reconheceria aquele toque de longe.

— Bom dia para quem não quer me deixar dormir. – ela sussurrou, sem coragem de abrir os olhos.

— Bom dia para quem tem a noiva mais linda do mundo. – beijou a nuca dela e a viu arrepiar-se. – E está louco para tomar um café da manhã com ela.

— Alex... – girou-se devagar e deitou-se de frente para ele. – É cedo, garoto.

— Em alguma parte do mundo já é tarde. – beijou a testa dela. – E segundo o meu relógio, já são seis e quinze.

— O que? – rapidamente abriu os olhos e tentou enxergar além das cortinas fechadas. – Você me acordou às seis da manhã em pleno domingo? – furiosa. – Christopher Alexander, você não tem amor à vida?

— Tenho! – riu do jeito dela. – Mas tenho mais amor por você!

— Eu vou te matar! – bufou e jogou o cobertor sobre o rosto. – Ora, me deixe dormir!

— Amor! – riu e tentou puxar o cobertor, mas ela o segurava com força. – María, por favor!

— Nós dormimos faz só quatro horas! – disse, a voz abafada por estar escondida embaixo do cobertor. – Não é possível que você esteja inteiro depois daquele monte de tequila e todo o sexo frenético, o meu joelho está todo ralado! – ele riu ao ouvi-la. – E deve estar um frio do cão a essa hora! Pelo amor de Deus, volte a dormir!

— Meu amor... – ele ria sozinho. – Amor... – seguia rindo tanto, que não tinha forças para tirar o cobertor dela. – Amor... – tentou conter o riso. – María...

— Boa noite, Uckermann. – não moveu-se.

— Pequenininha... – abraçou-a por cima do cobertor.

— Vá à merda! – resmungou.

— Meu amor... minha vida... – beijou-a por cima do cobertor. – María... Dul...

— Vou chutar o seu saco! – esbravejou, mas ele apenas riu. – Me deixe dormir!

— Posso preparar o nosso café da manhã, então? – sorriu ao propor. – Você fica sozinha na cama? – ela manteve-se em silêncio. – Amor? – sentiu o beliscão em sua barriga. – María! – ele encolheu-se pela dor.

— Me deixe dormir! – disse outra vez.

— Tá bom! – beijou os ombros dela por cima do cobertor. – Rabugenta!
Ele esperou por mais alguma resposta, mas a julgar pela respiração pesada dela, a morena já havia voltado a dormir.

Christopher a compreendia, haviam se deitado não tinha muito tempo, extravasaram a noite em tequila e muito sexo, fosse pela comemoração do noivado ou simplesmente pela saudade que tinham da pele um do outro. Amaram-se na sala, na cozinha, na escada e na cama; abusaram de cada cômodo que podiam.

Era claro que ele estava cansado e com ressaca, mas tinha tantos planos com a morena, que parecia fácil, e até inevitável, esquecer-se de qualquer barreira que aparecesse.

Desceu as escadas e manteve as cortinas fechadas, já que não usava nada além da boxer azul que a noiva gostava; a calefação os mantinha aquecidos do lado de dentro da casa.

Preparou o café da manhã para ela: chilaquiles verdes, frutas cortadas de maneira quase simétrica, café fresco e algumas torradas.

Arrumou a comida na bandeja, deixou-a sobre a mesa e então subiu para o quarto. Espantou-se ao perceber que a morena não se mexera e nem mesmo tirara o cobertor de cima do rosto.

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