Capítulo 44, parte II

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— Me desculpe. – sussurrou, sentindo os olhos marejarem.

— Não... sem desculpas. – sorriu e beijou o rosto dela. – Nossa história é linda. E os balões...

Te quiero mucho. – deduziu a abreviação bastante conhecida.

— Eu mudei um pouco. – sussurrou para ela. – Te Quiero, María. – apontou as letras e ela sorriu, girando o rosto para ele. – Porque, de fato, te quiero. E te amo.

— Te amo. – subiu uma das mãos até a nuca dele, acariciando a região com leveza. – Você me faz bem e... feliz. Muito feliz.

— Quero fazer isso sempre. – deu um demorado selinho nela. – Para sempre.

Dulce virou-se de frente para ele, sem desprender os lábios e abraçando-o com carinho, sabia que aqueles poderiam ser os últimos minutos com Christopher, e queria aproveitá-lo ao máximo.

Sentiria saudade dele. De tudo com ele. De tudo dele. Dele.

Morreria de saudade.

— Então... – ele a tirou do chão. – Sama me ajudou a preparar um jantar especial.

— Hm... – mordeu levemente o lábio inferior dele. – O cheiro está ótimo. O que preparou?

— O melhor jantar da sua vida. – sorriu enquanto caminhava com ela em seu colo.

— Da minha vida? – riu com desconfiança. – Esse é um padrão muito alto.

— Cumprirei cada um dos requisitos. – ganhou outro beijo dela. – Você não vai esquecer da noite de hoje... nunca mais.

— Alex... – roçou o nariz na bochecha dele e fechou os olhos. – Não vou me esquecer de você, isso sim. Nunca mais.

— Nem que você quisesse, garota! – riu com leveza. – Eu te impedirei constantemente de fazer isso!

Ela não respondeu, deu-lhe um beijo delicado na bochecha e permitiu que ele a levasse até a sala de jantar. Sorriu ao ver a mesa posta e os detalhes dos laços azuis nas duas velas.

Se não conhecesse tão bem o senador e Samay, diria que era impossível que ambos tivessem preparado algo tão requintado como aquilo.

Como entrada, Christopher servira o queijo brie com mel e massa folhada, decorado com frutas secas, e harmonizou com o vinho Chardonnay.

Depois serviu a salada caesar e o risoto de camarão, que fez a morena, literalmente, lamber os lábios e render inúmeros elogios ao tempero de Samay.

— Então... – ele bebeu um pouco do vinho. – Sobremesa?

— Alex! – apontou o prato ainda com comida.

— O que? – deu de ombros – Depois do prato principal, normalmente, vem a sobremesa.

— Alex... – levou uma das mãos à frente da boca enquanto mastigava. – Você tem algum trauma que envolve comida?

— Eu? – franziu o cenho. – Não! Sou normal! Por que teria?

— Porque você nunca me deixa comer. – terminou de mastigar. – Em Mineral foi a mesma coisa. Me fez engolir com pressa para entrar na igreja. – riu baixo. – Eu nunca consigo terminar de comer, homem!

— Porque você come muito devagar! – sorriu ao final e ela riu.

— Eu não vou te responder. – colocou um pouco mais do risoto na boca. – E não vou me apressar, você que lide com a sua ansiedade!

— Já te ocorreu pensar que a minha ansiedade é por querer compartilhar bons momentos contigo? – sorriu ao falar.

— Já te ocorreu pensar que não existe momento melhor que o presente? – piscou e mastigou com satisfação.

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