Capítulo 46, parte II

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— Vou cozinhar para você. – propôs. – Posso?

— Não posso cozinhar com você? – deu um demorado selinho nele. – Assim eu te aproveito mais... e melhor.

— Proposta aceita, María. – girou os corpos e ficou por cima dela. – Mas te aviso que vamos cozinhar. Nenhum ato sexual será aceito neste momento.

— Te desafio a resistir. – piscou com um olho só. – Fechado, garoto?

— Uff! – respirou fundo e assentiu. – Fechado, garota.

Sabiam que eram perfeitamente capazes de resistir a um simples jantar juntos, mas gostavam do jogo que era provocar um ao outro.

Dulce foi a primeira a tomar banho enquanto ele organizava os ingredientes na cozinha. Depois ele passou ao chuveiro e deixou a morena de toalha, arrumando-se no espelho improvisado que ela colocara ao lado da cama.

Christopher vestiu a calça preta e a camisa vinho, então desceu para começar o jantar. Como a distância entre os andares era pouca, o casal continuou conversando mesmo estando separados.

— María? – gritou do andar de baixo. – Amor!

— Já vou! – adiantou-se na resposta. – Já terminei!

— Não precisa ter pressa! – deixou o prato sobre a mesa. – Fiz carpaccio de carne com molho de mostarda. – avisou-a. – Você vai gostar!

— Você preparou o molho? – pendurou a toalha no banheiro e logo voltou ao quarto, abrindo a mochila rapidamente.

— Fiz! – voltou ao fogão. – Trouxe tudo na mochila, até o limão siciliano. – pegou a cebola e a faca, e esperou pelo comentário dela. – María?

— Oi! – gritou do andar de cima.

— Me ouviu? – cortava rapidamente a cebola.

— Sim! – gritou novamente.

— Então... – voltou a contar. – Pensei em macarrão com frutos do mar, Sama me ensinou a fazer!

— Hm! – ela desceu as escadas e o mirou. – Eu estou com um chef e não sabia?

— Eu me esforço por você! – sorriu ao falar. – Coloquei lasca de parmesão e rúcula junto com o carpaccio, tá bom?

— Alex! – chamou-o.

— Você já... – virou-se para ela e parou de falar. – Meu Deus! Você está maravilhosa!

E Dulce realmente pensara em cada detalhe para impressioná-lo, ainda que ele não fizesse ideia do que realmente o esperava.

À primeira vista, a roupa era bastante simples, apenas um vestido em formato de blazer de alfaiataria, todo preto, com ombreiras, lapela chanfradas e mangas longas.

O comprimento chegava até a altura da coxa dela, e as pernas à mostra pareciam brilhar em um irresistível convite de aproximação.

O fechamento contava com quatro botões da mesma cor da peça e que deixavam à mostra todo o colo da morena.

Os brincos em prata subiam como pontos de luz pelas orelhas dela e pareciam harmonizar com a maquiagem forte dela.

Os olhos estavam contornados pelo delineador azul, marcados pela camada perfeita de rímel e levemente iluminados pela sombra clara.

As bochechas coradas em tom pêssego e os lábios no batom vermelho que, ele sabia bem, serviria para que ela deixasse muitas marcas sobre sua pele.

Os cabelos, lisos e secos, estavam ordenadamente jogados para trás.

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