Capítulo 50, parte II

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— Aqui tem muito de mim. – manteve os olhos contra os dela. – Mais do que eu gostaria que qualquer pessoa soubesse.

— Então que nenhuma pessoa saiba. – assentiu de imediato. – Posso te devolver amanhã?

— Sim, claro, eu não quero atrapalhar a sua noite. – deu um leve sorriso. – Mas você é a única em quem confio para isso.

— Serei inteiramente honesta com você, Mary. – lhe sorriu de volta.

— O que você ler aqui, peço que permaneça...

— Apenas aqui. – disse de imediato – Não precisa nem mesmo pedir.

— Se há alguém dentro do sistema, e eu acredito que há, eu gostaria de saber.

— Se há alguém, em breve não haverá mais. – garantiu. – E não permitirei que isso volte a acontecer. Você tem a minha palavra.

— E a valorizo. – Dulce complementou. – Obrigada.

— Isso fica entre nós. – sentiu o celular vibrar em sua mão. – Acho que o Cari está com saudade. – então descontraiu o clima e sorriu ao ver o nome do primo na tela.

— Não é saudade, aposto que está bravo porque eu estou "demorando". – atendeu a ligação no viva-voz. – Oi, Alex.

María! – o resmungo fez a morena rir e Lucía tapar a própria boca. – Amor, já estou pronto e nada de você! Que caminho é esse que o Dario está fazendo?

Nenhum caminho, ele ainda não chegou na sua casa? – Dulce piscou para a amiga.

Na minha casa? – franziu o cenho. – Como assim?

Desisti de ir. Estou cansada, o dia na editora foi puxado, Mai disse que entenderia se o jantar fosse só com vocês três. – mordeu o lábio inferior.

Que? Mas... amor... – a voz pareceu perdida. – María... poxa... eu contava contigo.

Eu sei, mas não quero ir. Não estou com vontade. – disse, e Lucía escondeu o rosto na almofada para gargalhar. – Você já é grandinho, né, Christopher? Pode resistir a um jantar com um amigo.

Christopher? Agora é Christopher? – surpreso. – O que foi que eu te fiz?

Não fez nada. – soou despreocupada. – Eu só não estou com vontade de sair. E você pode ir sozinho, Christopher.

Não, Christopher não! – resmungou. – Ah, não!

Ué, esse não é o seu nome? – segurou o riso outra vez. – Mudou e eu não sei?

Não sou Christopher para você. Nunca fui! Não quero ser! – disse bravo e ela fechou os olhos, tentando não rir.

Como é que não quer ser? – esforçou-se para soar leve. – Christopher, pare de graça!

Eu vou aí! – disse com firmeza. – Eu vou aí na sua casa, a gente vai conversar!

Não! Você não vem aqui coisa nenhuma! – bateu em Lucía, que não conseguia mais segurar o riso. – Vá ao seu jantar, a gente se fala amanhã, Christopher!

Amanhã? Eu vou passar a noite toda sem saber o que te fiz, com você me chamando de Christopher? Nem pensar, María! Estou pegando a moto e estou chegando aí! – decidiu. – Não saia de casa! – desligou o telefone.

— Mary! – Lucía gargalhou. – O que foi que você fez com ele?

— A brincadeira passou dos limites! – corou ao confessar e então o celular vibrou novamente em sua mão. – É ele de novo.

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