Capítulo 55, parte II

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Havia muito a ser dito naquela troca de olhares, mediam forças de um jeito que dificilmente faziam, e evitavam justamente porque sabiam quão fortes poderiam chegar a ser para defender o que acreditavam ser importante.

A tensão no ar cortou-se com o toque do celular do homem, Christopher ainda levou alguns segundos para finalmente desviar o olhar e mirar o aparelho sobre a mesa.

O susto o pegou no mesmo instante que viu o nome de Maite no visor.

Maite? – ele atendeu com pressa.

Oi, Christopher! – a morena disse com educação, mas visível tensão na voz. – Tudo bem?

Tudo. – franziu o cenho. – E com você? Está tudo bem por aí?

Ahm... não muito. – disse sem jeito. – Não diga para a Dulce que eu liguei, mas é que ela está reclamando de dor de cabeça há um tempão! Não quis almoçar direito, eu acho que vomitou o pouco que comeu, e agora ela saiu de novo, estava com cara de choro, sabe? Pela dor, eu imagino. – contou. – Eu perguntei se podia ligar para o Fernando, mas ela não quer. Eu perguntei se poderia ligar para você, ela também disse que não, mas a verdade é que estou preocupada com ela.

Vou buscá-la. – disse em seguida. – Não precisa dizer nada para ela. Daqui a pouco eu chego aí. Vocês estão na editora ou em alguma reunião fora?

Estamos na editora. Tínhamos uma reunião externa às cinco, mas eu já avisei ao David que vou no lugar dela, mas você sabe que ela é teimosa e...

Quer ir mesmo assim. – supôs e logo ouviu a morena confirmar. – Eu chego em meia hora, pode ser?

Sim. Vou avisar a recepção, para que a sua entrada seja discreta.

Peça uma vaga no estacionamento, Dario estacionará por lá.

Sim, claro! Obrigada por vir, Christopher. – suspirou. – Aquela teimosa precisa se cuidar.

Não precisa me agradecer por isso. – deu um leve sorriso. – A vida é um troca, né? De manhã você precisa da ajuda dela, a tarde ela precisa da sua.

Oi? – Maite franziu o cenho. – Que ajuda? De manhã?

Nada, eu divaguei. – riu de leve. – Te vejo daqui a pouco, Mai.

Um beijo, Christopher! – desligou em seguida.

— Tudo bem? – Anahí o olhou com preocupação.

— Sim. – ele guardou o celular. – Apenas sua irmã sendo... bem, a sua irmã. – riu e levantou-se. – Vamos ter que deixar a nossa reunião para outra hora.

— Por quê? – levantou-se em seguida. – Dulce precisa de algo?

— Eu é que preciso contê-la. – mentiu. – Ela quer ir embora de metrô. Sabe como ela é, né?

— Pelo amor de Deus! – arfou – Precisa dar um freio nela!

— Vou fazer isso. – pegou a pasta. – Mas irei antes que a Maite não consiga mais segurá-la naquela editora!

— Preciso que reveja o seu discurso e ensaie até se cansar. – pegou a bolsa. – O que está no papel é lindo e impecável, mas você precisa ser igualmente perfeito na prática.

— Estou pronto para isso, Ani. – piscou e beijou-lhe o rosto. – Vamos embora?

— Sim. – seguiu com ele para fora da sala. – Outra coisa, vou encaminhar para o seu e-mail as perguntas que farão na sessão de fotos amanhã.

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