Capítulo 62, parte II

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— Eu não sei mais o que fazer com esses dois, Dul. – Alexandra negou com a cabeça. – Aliás, com os três. Porque agora Poncho também se recusa a nos atender.

— Provavelmente deve estar ocupado. – Dulce endireitou-se no banco. – Com... com o discurso do Christopher hoje e... digo... é um grande momento para... todos.

— Acompanharei de casa. – Walter comentou. – Estávamos tentando voltar para casa, na verdade, mas aí te vimos... o que fazia no prédio comercial hoje?

— Não estavam indo almoçar? – Dulce o encarou.

— Muitas perguntas, não é mesmo? – Alexandra sorriu, colocando a mão sobre a perna do marido. – Dulce, querida, a essa altura você já deve ter percebido como o Christopher pode ser teimoso.

— Muito teimoso. – Walter resmungou.

— Meu bem. – Alexandra pediu com carinho.

— Está bem, eu não digo mais nada. – girou os olhos.

— Às vezes eles têm alguns arranca-rabos. – Alexandra comentou. – Mas você sabe como é, pais e filhos são assim. Imagino que você e seu pai também passem pelo mesmo, isso é...

— Não. – mirou-a. – Não. Nenhum problema com o meu pai.

— Oh... – Alexandra sorriu sem graça.

— Mas eu entendo. – Dulce levou os olhos para o homem. – Se a minha mãe estivesse viva, eu teria muitos problemas com ela. – Walter a encarou de volta. – "Arranca-rabo" seria pouco para expressar.

— Via de regra, nós nos desentendemos com quem mais nos parecemos. – Walter arqueou levemente as sobrancelhas. – E vocês, filhos, normalmente se revoltam ao perceber que são parecidos com os pais.

— Há alguma verdade nisso. – Dulce assentiu. – Embora parecer-se a alguém não seja garantia de seguir os passos, não concorda?

— Seria mais inteligente se os seguissem. – Walter concluiu.

— Bem, chega de comparações! – Alexandra sorriu. – Quero saber de você, Dulce! Estava ansiosa para te encontrar de novo! Aliás, estou feliz com esse noivado! – pegou a mão da morena, deslizando o dedo sobre a aliança dela. – Precisamos começar a pensar nos detalhes!

— Sim, eu... – tentou tirar a mão dali, mas a sogra a segurou. – Christopher e eu vamos... nós vamos conversar sobre isso.

— Ainda tenho muitos acessórios do meu casamento. – manteve-se segurando a mão dela. – E até o meu vestido de noiva! Oh, eu seria a pessoa mais feliz do mundo se você o usasse!

— Oh, obrigada, mas... – Dulce sorriu sem graça. – Eu não...

— Acho que o meu véu cairia perfeitamente em você! – cortou a morena.

Dulce se viu completamente impedida de falar, sempre que tentava pronunciar qualquer coisa, Alexandra a interrompia e passava a discorrer incansavelmente sobre um assunto com o qual a morena pouco se importava.

Dulce tentar pegar o celular por diversas vezes, mas de alguma forma, Alexandra sempre encontrava uma maneira de abraçá-la ou de segurar sua mão, era quase como se não quisesse que a morena se soltasse.

Chegaram ao fino restaurante no bairro nobre da cidade, e mal desceram do carro, Alexandra já abraçou a nora de lado, fazendo mil comentários sobre os melhores pratos de tal estabelecimento.

Logo que sentaram-se à mesa, o garçom trouxe um pequeno banco para que as mulheres apoiassem as bolsas, e Alexandra prontificou-se a deixar a da nora do outro lado da mesa.

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