Capítulo 30, parte II

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Christopher acordou no horário de costume, logo após o primeiro toque do despertador. Abriu os olhos e encarou o teto do quarto por alguns segundos antes de levantar-se.

Espreguiçou-se ao sair da cama, foi para o banheiro e entrou sem titubear embaixo do chuveiro.

Ao final, escolheu a calça jeans azul escura, a camiseta cinza clara e o sobretudo também cinza, um tom mais escuro.

Penteou o cabelo e desceu as escadas rapidamente, ouvindo ao longe a voz de Samay preparando a mesa para o café da manhã.

— Bom dia, Sama! – aproximou-se da senhora, que terminava de colocar os talheres ao lado do prato.

— Bom dia, meu filho! – abraçou-o, e ele abaixou-se para que ela lhe desse um carinhoso beijo na testa. – Como dormiu?

— Bem. – sentou-se à mesa. – Você veio com o Dario?

— Sim, ele passou para me buscar. – serviu o mamão para ele. – E já tomou o café também, está à sua espera.

— Obrigado. – desviou os olhos para o relógio de pulso. – Estou dentro do horário.

— Vou buscar a omelete, sim?

— Sim... ah, Sama? – segurou-a carinhosamente pelo braço. – Uma pergunta.

— Claro, meu bem. – virou-se para ele e o viu ansioso. – O que é, querido?

— Se lembra que... – pigarreou. – Lembra-se que eu...

— Diga, meu bem. – franziu o cenho.

— Eu te pedi que jogasse fora as... coisas... todas as... – coçou a nuca, sem jeito. – As coisas da María... da Dulce... sabe?

— Sei! – assentiu prontamente. – Não concordei com nada, mas o que eu posso fazer, não é?

— É, digo... – olhou-a. – Você me obedeceu? Você... você jogou tudo fora?

— Não foi o que você me pediu para fazer? – deu um leve sorriso.

— Sim, claro, só...

— Você quer de volta? – sentou-se ao lado dele.

— Eu...

— Oh, está com saudade da menina Dulce? – animou-se e mal o deixou falar.

— Eu nunca deixei de ter saudade dela, Sama. – exalou pesadamente. – Mas... ah, não, não quero nada de volta, eu só... só tive curiosidade.

— Curiosidade? – tocou o rosto dele. – Curiosidade é amor, não é?

— Sama... – ele riu e negou com a cabeça. – Foi só uma pergunta.

— Bom, se você mudar de ideia, pode repensar a sua pergunta. – piscou e levantou-se. – Eu te ajudo, sim?

— Sim... – sorriu ao final. – Obrigado por tudo, Sama.

— Estarei aqui para o que precisar, meu bem. – sorriu satisfeita. – Caso se arrependa e...

— Sama. – cortou-a. – Foi apenas uma pergunta. Fim.

— Uh, está bem! – levantou as mãos em sinal de paz. – Não está mais aqui quem falou!

— Obrigado. – ele disse, e logo escutou a campainha. – Ué...

— Eu atendo, meu filho. – colocou o pano de prato no ombro direito.

— Eu não estou esperando ninguém! – franziu o cenho. – Veja quem é antes de abrir!

— É conhecido! – Sama riu. – Senão o porteiro teria ligado.

— Mesmo assim! – girou os olhos e passou a comer. – As pessoas precisam perder o costume de vir comer em casa. – disse, e logo pensou em como estava mal humorado, então negou com a cabeça; a falta de Dulce ainda o deixaria completamente maluco.

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