Capítulo 54, parte II

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Dulce tinha os olhos molhados e o peito acelerado, Lucía paralisara encarando a ambos, e Christophe parecia ter sido levado a um mundo completamente novo e sombrio.

O som do interfone fez o trio dar um sobressalto e encararem um ao outro, pensando silenciosamente na reação que deveriam ter, a depender de quem estivesse na portaria.

Samay passou rapidamente pela sala e correu até a cozinha.

O silêncio permaneceu. Tenso, doloroso, a ponto de romper-se a qualquer instante, todas as possíveis palavras pareciam conter uma faca em sua ponta, disposta a dilacerar tudo o que houvesse pela frente.

— Com licença. – Samay entrou receosa na sala. – A senhorita Maite está aí embaixo, veio buscar a menina Dulce. – mirou a morena. – Disse que não quer subir, querida.

— Não... – Christopher mirou a noiva. – Não, agora não, por favor. – pediu baixo. – Dulce...

— Sama, você pode dizer para a Mai que eu a encontrarei na editora? – mirou a senhora, secando rapidamente a lágrima que escapara. – Por favor, agradeça a carona, mas diga que eu a encontro depois.

— Claro, querida. – assentiu rapidamente. – Com licença. – e retirou-se em seguida.

— Dulce. – Lucía disse, vendo que o primo não parecia ter condições. – Acho que poderíamos continuar essa conversa no escritório, não?

— Sim. – a morena assentiu de imediato.

— Você tem certeza? – Christopher atraiu a atenção da noiva outra vez.

— Perdão? – Dulce piscou seguidas vezes. – O que perguntou?

— Com licença. – Samay voltou à sala. – Me desculpem, mas a senhorita Maite insiste para que a menina Dulce desça.

— Diga que ela não pode, Sama! – Christopher adiantou-se. – Eu a levo depois!

— Claro, meu filho, e eu até disse, mas é que a senhorita...

— Diga de novo! – cortou-a. – Diga quantas vezes precisar!

— Christopher! – Dulce arregalou os olhos.

— Perdão! – ele respirou fundo. – Me desculpe, Sama, perdão. Pode apenas, por favor, reforçar para a Maite que eu levarei a Dulce depois?

— Claro, querido. – assentiu. – Com licença. – e mais uma vez deixou o local.

— Dulce. – mirou a noiva. – Você tem certeza?

— Eu tenho certeza, plena certeza! – esbravejou. – É tão difícil você acreditar em mim? Parece que a minha palavra sempre vale menos do que todo o seu passado, do que...

— Então eu o quero morto. – Christopher a interrompeu outra vez.

— Christopher! – Lucía arregalou os olhos.

— Quero a cabeça dele! – ele voltou a dizer. – Na minha mão. E não tem conversa!

— Alex... – Dulce murmurou quase inaudível.

— Não diga absurdos! – Lucía arqueou a sobrancelhas.

— Se ele matou o meu filho e tentou contra a vida da minha noiva, eu o quero morto, sim! E o quero morto pra ontem! – bateu na mesa. – Pra ontem!

— Com licença. – Samay voltou mais uma vez, completamente sem jeito.

— Sama! – Christopher reclamou e o telefone do apartamento tocou.

— Desculpe, meu filho. – corou levemente. – É que a senhorita Maite realmente insiste para que a menina Dulce desça e...

— Dulce não vai descer! – ele exaltou-se. – Inferno! Sama, diga que não! Fim de assunto!

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