Dulce tinha os olhos molhados e o peito acelerado, Lucía paralisara encarando a ambos, e Christophe parecia ter sido levado a um mundo completamente novo e sombrio.
O som do interfone fez o trio dar um sobressalto e encararem um ao outro, pensando silenciosamente na reação que deveriam ter, a depender de quem estivesse na portaria.
Samay passou rapidamente pela sala e correu até a cozinha.
O silêncio permaneceu. Tenso, doloroso, a ponto de romper-se a qualquer instante, todas as possíveis palavras pareciam conter uma faca em sua ponta, disposta a dilacerar tudo o que houvesse pela frente.
— Com licença. – Samay entrou receosa na sala. – A senhorita Maite está aí embaixo, veio buscar a menina Dulce. – mirou a morena. – Disse que não quer subir, querida.
— Não... – Christopher mirou a noiva. – Não, agora não, por favor. – pediu baixo. – Dulce...
— Sama, você pode dizer para a Mai que eu a encontrarei na editora? – mirou a senhora, secando rapidamente a lágrima que escapara. – Por favor, agradeça a carona, mas diga que eu a encontro depois.
— Claro, querida. – assentiu rapidamente. – Com licença. – e retirou-se em seguida.
— Dulce. – Lucía disse, vendo que o primo não parecia ter condições. – Acho que poderíamos continuar essa conversa no escritório, não?
— Sim. – a morena assentiu de imediato.
— Você tem certeza? – Christopher atraiu a atenção da noiva outra vez.
— Perdão? – Dulce piscou seguidas vezes. – O que perguntou?
— Com licença. – Samay voltou à sala. – Me desculpem, mas a senhorita Maite insiste para que a menina Dulce desça.
— Diga que ela não pode, Sama! – Christopher adiantou-se. – Eu a levo depois!
— Claro, meu filho, e eu até disse, mas é que a senhorita...
— Diga de novo! – cortou-a. – Diga quantas vezes precisar!
— Christopher! – Dulce arregalou os olhos.
— Perdão! – ele respirou fundo. – Me desculpe, Sama, perdão. Pode apenas, por favor, reforçar para a Maite que eu levarei a Dulce depois?
— Claro, querido. – assentiu. – Com licença. – e mais uma vez deixou o local.
— Dulce. – mirou a noiva. – Você tem certeza?
— Eu tenho certeza, plena certeza! – esbravejou. – É tão difícil você acreditar em mim? Parece que a minha palavra sempre vale menos do que todo o seu passado, do que...
— Então eu o quero morto. – Christopher a interrompeu outra vez.
— Christopher! – Lucía arregalou os olhos.
— Quero a cabeça dele! – ele voltou a dizer. – Na minha mão. E não tem conversa!
— Alex... – Dulce murmurou quase inaudível.
— Não diga absurdos! – Lucía arqueou a sobrancelhas.
— Se ele matou o meu filho e tentou contra a vida da minha noiva, eu o quero morto, sim! E o quero morto pra ontem! – bateu na mesa. – Pra ontem!
— Com licença. – Samay voltou mais uma vez, completamente sem jeito.
— Sama! – Christopher reclamou e o telefone do apartamento tocou.
— Desculpe, meu filho. – corou levemente. – É que a senhorita Maite realmente insiste para que a menina Dulce desça e...
— Dulce não vai descer! – ele exaltou-se. – Inferno! Sama, diga que não! Fim de assunto!
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...