— Estou apenas cuidando de nós. – disse calma.
— Isso é cuidar? – arqueou as sobrancelhas. – Em que momento vai me sedar para me levar para a sua casa de novo?
— Dulce! – franziu o cenho. – Minha filha, me desculpe ter feito isso, mas foi realmente necessário. Não farei de novo! – olhou-a. – Eu não gosto dessas coisas, mas não podia me expor daquela forma. Eu nunca me exponho.
— Não? – cruzou os braços. – E ter aparecido na casa do Christopher foi o que? Ter interfonado e se passado pela Maite foi o que?
— Uma medida desesperada. – assumiu. – Porque você começou uma guerra. E agora preciso te tirar disso.
— Eu fiz o que? – assustou-se. – Uma guerra? Eu comecei uma guerra?
— Sim, meu amor. – contraiu os lábios. – No instante em que saiu para um bar com os seus amigos.
— Do que diabos você está falando? – bufou. – Fale direito!
— Acabou o seu tempo para pensar. – Anna lhe estendeu a mão. – Precisa traçar a sua jogada e definir a sua estratégia.
— Para que? – Dulce a olhou com confusão.
— Para manter vivos todos aqueles que ama. – segurou a mão dela. – Chegou o momento.
Dulce soltou-se no mesmo instante e cruzou os braços, impondo uma maior distância entre elas. Manteve-se de tal forma durante todo o caminho e permaneceu em silêncio, precisava de tempo para pensar no que fazer.
O que deveria perguntar para Anna? Como fazer a pergunta correta para descobrir o que queria? Como fazer com que o noivo, os familiares e os amigos estivessem em segurança? Precisava ser realmente estratégica.
Anna a levou até o já conhecido local de trabalho, Dulce entrou ainda em silêncio, caminhando atrás da mãe e dando um leve aceno de cabeça a cada funcionário que a cumprimentava; não fazia questão alguma de falar ou sorrir.
Reparou novamente no ambiente elegante, clean, nos funcionários tão perfeitamente alinhados, tudo ali exalava ordem e riqueza.
Olhou por alguns segundos para a entrada do local: M.A Assoc.
— Venha, meu amor. – Anna a incentivou, e Dulce a olhou por alguns segundos, só depois a seguiu.
Caminharam até a sala, Dulce entrou ainda receosa, reparando em cada detalhe do lugar, aparentemente tudo estava igual: os mesmos sofás, a mesa organizada, a máquina de café, os macarons, o prato com sirniki, e as fotos ao lado do computador da mulher.
Dulce assentiu inconscientemente por um segundo, mas logo parou os passos e direcionou o olhar para a mesa.
Aproximou-se e reparou com atenção nos porta-retratos ali. Lembrava-se perfeitamente das duas fotos que vira da primeira vez: sua foto na formatura, e a foto de Anahí, em semelhante ocasião.
Mas agora tudo era diferente.
No primeiro porta-retrato, havia sua foto com Christopher, ambos em Guadalajara, da primeira vez que o homem visitara a família da morena e ambos decidiram subir tal foto na internet.
Sentiu a raiva subir dentro de si, não gostava nada do fato de saber que a mãe tinha algo tão pessoal para eles.
Mas a surpresa a pegara ao mirar o porta-retrato ao lado e reparar em tal foto: Anahí estava sentada em frente a um espelho e parecia concentrada em passar o batom nos lábios. Em seu colo, havia uma menina que a imitava e olhava-se no mesmo espelho.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...