Capítulo 21
― Bom dia! São seis horas da manhã, a previsão para hoje é um dia ensolarado, com mínima de 18 e máxima de 31 graus. – disse a Alexa, ecoando por todo o quarto.
Christopher encarou o teto por longos segundos, levava mais de dez minutos acordado, mas não havia conseguido sair da cama; aquele tempo desperto antes da hora de levantar-se servira apenas para deixá-lo mais ansioso.
Em teoria, havia esperado aquele sábado por muito tempo, havia sonhado e desejado com a data em que tornaria-se oficialmente senador. Agora estava ali: pronto para a própria posse, mas então por que não se sentia realizado? Por que parecia faltar tanto?
Levantou-se em silêncio e seguiu de mesmo modo até o banheiro. Fez a barba com calma, depois entrou no banho, e passou um longo tempo ali.
Quando voltou para o quarto, com a toalha enrolada na cintura e as costas ainda molhadas, viu a cama já arrumada e o terno azul marinho sobre ela, assim como a camisa rosa de tom claro, e a gravata grafite.
E foi ali, encarando a própria roupa, que ele deu nome à angustia que tanto o atormentava os pensamentos: saudade de Dulce.
O que ele realmente queria era que a morena estivesse com ele naquele momento. E em tantos outros.
Pensou em mandar uma mensagem para ela, perguntar se ela o assistiria, se a curta conversa na segunda-feira ainda estava de pé, mas concluiu que a garota poderia simplesmente não lhe responder; então não disse nada.
Vestiu-se em seguida, deixou a gravata aberta e saiu do quarto sem o paletó. Conforme descia as escadas, a voz da loira tornava-se mais clara. Quando chegou à sala, previsivelmente viu Anahí.
A loira seguia impecável com a calça de alfaiataria bege com toque de linho, combinando com o elegante e encorpado top com o mesmo toque de linho, cobrindo a barriga por inteiro.
No mesmo tom, o blazer como terceira peça na composição de look.
Os fios loiros estavam soltos e perfeitamente ondulados, e se ele não conhecesse tão perfeitamente a assessoria, diria que a maquiagem clara tinha algo de Dulce nela. Sorriu sozinho, claramente começava a delirar.
― São sete hora da manhã! – Christopher brincou ao aproximar-se da mesa. – E você já está invadindo a minha casa!
― Hoje eu vou grudar no seu pé muito mais do que carrapato! – Anahí colocou a jarra na mesa.
― Está muito bonito, meu filho! – Samay comentou, deu um beijo na bochecha do homem e logo voltou para a cozinha. – Já levo o resto da comida!
― Obrigado, Sama! – deixou o celular na mesa.
― E essa gravata desleixada? – Anahí riu.
― Vou pedir que a Sama dê o nó. – comentou. – Eu deixo torto demais.
― Venha! – esticou o braço e ele se aproximou. – O azul cai como uma luva em você.
― É... – ele encarou a loira. – Essa roupa foi escolhida há algum tempo.
― Depois de anos te atormentando com isso, parece que você finalmente desenvolveu o bom gosto e o estilo. – iniciou o nó na gravata dele.
― Não estava sozinho quando escolhi. – encarava as mãos dela deslizando habilmente pelo tecido suave da gravata.
― Posso imaginar quem foi a autora de um look assim. – deu um leve sorriso. – Não é todo mundo que foge do convencional e pensa em gravata grafite.
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Jogada Paralela
RomansaEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...