Capítulo 62
16 de setembro de 2018, 13h
Dulce encarava as ruas que pareciam mais deserta do que o costume, mas cheias o suficiente para um feriado tão importante.
O táxi corria e ela ia aproveitando o vento suave nos cabelos, durante aqueles minutos, quase esqueceu-se de que se encaminhava para a fonte de todos os problemas.
O celular vibrou sobre suas pernas, ela desviou a atenção para o aparelho e um leve sorriso tomou conta de seus lábios.
Maite Perroni
Estou à altura do melhor senador deste país e da amiga mais linda e maravilhosa do MUNDO?
Espero que sim! hahaha
Minha deusa gostosa, chegaremos às 17h30, tá? Santi deve chegar por esse horário também.
Estamos felizes por você e mega orgulhosos do Christopher!
Te amo! Prepare sua camiseta, vamos tirar várias fotos!
VIVA MÉXICO!Maite Perroni enviou uma foto
Dulce ampliou a foto e viu a amiga sorrindo ao lado de Christian, ambos com a camiseta da seleção mexicana; sentiu falta de quando sua vida era tão simples e corriqueira daquela forma. Talvez agora também estivesse usando uma simples camiseta da seleção do país e comemorando o Dia da Independência ao lado do noivo.
Suspirou ao pensar em Christopher, levava poucos minutos sem falar com ele e já sentia uma tremenda falta do senador.
— Chegamos, senhorita. – o motorista avisou, parando em frente ao prédio.
— Obrigada. – disse, sem levantar demais a cabeça, apenas entregou o dinheiro com pressa para ele. – Pode ficar com o troco.
Não esperou que ele dissesse mais nada, saiu a passos largos do carro, mirando com fixação a fachada do lugar; seus pés pareciam percorrer com naturalidade aquele espaço.
Assim que saiu do elevador, deparou-se com um lugar completamente novo. Olhou para trás, vendo se o painel marcava o número do andar correto.
Tirou os óculos e mirou a entrada da empresa, tudo preto e em tons amarelos, com apenas um nome na parede, que dizia: FabriCom
Nada mais. Nada de ambiente clean, nada de funcionários arrumados, nada de M.A Assoc.
Nada de Anna.
— Olá! – Dulce bateu na porta de vidro. – Olá? Oi! – o segurança levantou-se com aparente preguiça e foi até a porta de vidro, abrindo apenas parte dela. – Oi! Tudo bem? Eu gostaria de falar com...
— Estamos fechados. – o homem a interrompeu. – Hoje é domingo.
— Sim, claro, eu sei, mas é que...
— E feriado. – sério.
— Compreendo. Mas eu preciso falar com a Anna! – pediu.
— Não tem ninguém com esse nome. – tentou fechar a porta.
— Senhor! – Dulce colocou a mão no vão da porta. – Eu preciso falar com a dona do local!
— Não tem ninguém aqui! – disse bravo.
— Faça ter! – encarou-o. – Ou vai me aturar no seu pé a tarde inteira. E te garanto que posso ser um tormento!
Ela manteve os olhos contra os do homem, seu coração batia acelerado e ela só conseguia pensar em Anna. Parecia conseguir ouvir a mulher sussurrando em seu ouvido: não pare agora, não fraqueje, não desista. Não pare. Não pare. Não pare.
— Eu não vou parar. – ela murmurou, mantendo o olhar firme sobre o homem.
O segurança girou os olhos e deu espaço para que a morena entrasse no local. Ela apenas pigarreou, deu dois passos a frente e manteve a expressão séria, esforçando-se para que ele não notasse o quanto ela estava surpresa consigo mesma.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...