Capítulo 27, parte II

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— Porque... não. – franziu o cenho. – Porque quero protegê-la.

— E acha que protegê-la sem o conhecimento dela é uma boa ideia? – arqueou uma sobrancelha. – Da última vez em que optou por algo assim, ela acabou entrando na frente do alvo. Literalmente.

— Não foi minha culpa! – arregalou os olhos.

— Eu sei. – arfou. – Sei bem. O meu ponto é...

— Lucía...

— Querer protegê-la não é o suficiente! – cortou-o. – Por que não conta para ela o que você pretendia?

— Porque é tarde demais! – passou as mãos pelo rosto. – Não sei! Porque ela me odeia, porque não vai acreditar em mim!

— Ai, Christopher... – riu sozinha e ele arqueou as sobrancelhas. – Não é possível!

— A sua reação é que não é possível! – fechou a expressão e voltou a comer.

— Aquela garota acreditou em você quando você não era ninguém, quando as notícias na imprensa diziam que você era o oposto do que realmente é. Eu não acho que seja possível aquela garota te odiar. – comeu o mamão. – Porque quando ela te "odiava" e vocês estavam brigados, ela optou por pedir ajuda para mim. – apontou a si mesma. – Para mim! Que sou a sua prima, que sou quase uma irmã! Para mim, que tenho um quarto no seu apartamento, que formo parte constante da sua vida! – riu baixo. – Que tipo de gente que odeia e que não quer ter contato a longo prazo, escolhe pedir ajuda para um parente do namorado?

— Lú! – ele deu um leve sorriso.

— Nem se esforçando muito aquela menina não é capaz de te odiar. – disse tranquila. – E eu aposto todas as minhas fichas que, se você for inteiramente sincero com ela, vocês reatam o que nem deveria ter terminado. – segurou a mão dele. – Cari, eu te amo! Acho que depois dos meus pais, você é quem eu mais amo no mundo. Dou a vida por você, eu celebro todas as suas conquistas, eu sinto cada felicidade sua, eu sou muito orgulhosa de ter você na minha vida e de formar parte da sua! – sorriu com ele. – Mas o meu principal orgulho, é ver você sendo apenas você. Seja fiel a você e todo o resto entrará naturalmente nos eixos.

Christopher sorriu, aproximou as cadeiras e então abraçou a prima, beijando-lhe o rosto seguidas vezes e logo bagunçando o cabelo da morena.

— Não se supõe que você é a mais nova? – ele brincou. – Como é que pode ter ficado tão boa em dar conselhos assim?

— A mais nova sempre ama melhor! – entrou na brincadeira e lhe sorriu. – Você é o meu modelo, cari.

— Eu te amo! E muito, cari!

— Eu sei disso. Nunca se esqueça que ser quem você é, é a sua melhor qualidade. – piscou com um olho só. – E converse com a Dulce, porque senão eu ficarei bem brava! E sabe que quando fico brava, eu te troco pelo Poncho!

— Sim, e você é ridícula por fazer isso! – ressaltou. – Que fique bem claro!

— Eu sei, mas isso te deixa com ciúmes, e eu adoro provocar tal coisa. – jogou o cabelo para o lado e comeu mais um pedaço do mamão. – Assim você aprende a reconhecer a riqueza que é me ter ao seu lado!

— Certo, claro! – ele gargalhou. – Está bem, eu vou conversar com a Dulce. Não quero perder nenhuma das duas.

— E esse é o meu cari! – chocou uma das mãos com a dele. – Dulce realmente vale à pena, sabe? Entre ela e a Anahí... escolha sempre ela.

— O que? – riu baixo. – Isso não é nem uma comparação! Anahí é minha assessora, Dulce é...

— Mantenha-a como apenas a sua assessora. – cortou-o com delicadeza. – Não dê a Anahí mais poder ou confiança do que você realmente precisa.

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