Capítulo 33
8h30 da manhã e o celular de Dulce tocava pela segunda vez, ainda que a morena não parecesse se incomodar com tal som.
— Dulce María! – Maite esticou o braço para o lado e bateu na cabeça da amiga. – Desligue isso!
— Ai! – resmungou e abriu os olhos, procurando pelo aparelho.
— Quero dormir! – afundou o rosto no travesseiro.
— E eu não? – bufou e puxou o aparelho para si. – Alô?
— Olá, cliente Telcel! Descubras as promoções que...
— Urgh! – desligou a chamada. – Inferno!
— Quem era? – Maite perguntou, a voz abafada pelo travesseiro.
— Telcel. – jogou o celular na cama. – Maldita Telcel!
— Vá se ferrar! – voltou a dormir. – Me acordou à toa!
— Hm... – Dulce a olhou. – Quer correr no Chapultepec?
— Dulce María, vai dormir! – reclamou, levantando uma das mãos e mostrando o dedo do meio para ela.
— Vamos, vai... – rolou o corpo para o lado, estudando a possibilidade de cair sobre o colchão da amiga. – Só um pouquinho.
— Vá à merda! – cobriu-se mais.
— Mai... – chamou-a, mas a amiga nada respondeu. – Mai? Maite... – então rolou o corpo para o lado e caiu em cima dela. – Maite!
— Puta que pariu! – gritou. – Demônio de menina! Dulce María!
— Não me xingue! – beijou o rosto dela. – Olhe que eu me apaixono, adoro quem me trata mal!
— Sai de cima de mim, sua vaca! – esforçou-se para não rir.
— Diz que me ama! – mordeu a bochecha dela.
— Dulce! – resmungou, mas a morena não se incomodou. – Tá bom! Te amo! Pode sair de cima de mim, por favor?
— Agora posso. – rolou para o lado e deitou-se melhor com a amiga. – Bom dia, meu anjo querubim!
— Bom... dia. – riu e a olhou. – Vamos dormir mais meia horinha? Nós ficamos até três horas da manhã enchendo a cara, eu estou com dor de cabeça.
— Está de ressaca, porque aceitou tomar aquele calimocho horroroso do Santi. – deu de ombros. – E correr faz bem! Ajuda na dor cabeça!
— Dul, não. E não insista, meu corpo não vai sequer cogitar a possibilidade de sair deste apartamento hoje. – arqueou as sobrancelhas.— Nem para caminhar? – propôs. – É domingo, Mai!
— Senhora vaca, eu estou desempregada! – lembrou-a. – Todo dia é domingo para mim!
— Quer voltar a trabalhar? – apoiou o antebraço no colchão.
— Que tipo de pergunta é essa? É claro que quero voltar a trabalhar! – girou os olhos. – Ao contrário do que dizem as matérias, eu não assinei contrato com o seu senador e não estou milionária. – tentou soar rabungenta, mas acabou rindo.
— Não, boba, a minha pergunta é se quer voltar a trabalhar... comigo? – arqueou uma sobrancelha.
— Com você? Óbvio! – colocou o cabelo para trás. – Estão contratando na editora?
— Podem estar. – sorriu sugestiva.
— Como que... como que podem...? – sentou-se na cama. – Dulce María, o que você aprontou?
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...