Capítulo 48
— Ani? – Dulce voltara à mesma casa de antes, novamente observando os quadros borrosos na parede. – Ani? O que você queria?
— Dulce! – a voz feminina gritou, e por um instante, a morena pensou ser Anna. – Dulce María!
— Anna? – olhou ao redor. – Oi? Tem alguém aqui?
— Parece que você tem uma grande dificuldade em levar uma ordem a sério. – o homem aproximou-se, caminhando contra a luz e impedindo-a de enxergar completamente seu rosto.
— Quem é? – Dulce gritou. – Quem é você?
— Ora... – ele aproximou-se e Dulce notou o homem não estava sozinho. – Não reconhece mais a sua irmãzinha?
— Ani! – gritou ao ver a arma apontada para a cabeça dela. – Anahí!
— Não. – ele disse calmo e baixo. – Nem mais um passo ou... – engatilhou a arma.
— Por favor! – Dulce levantou as mãos. – Por favor. Eu estou parada, mas por favor, por favor... solte ela. Por favor.
— O que você acha? – ele perguntou.
— Hãn? – a morena franziu o cenho.
— Responda, Anahí! – ele gritou para a loira – O que você acha que eu devo fazer?
— Ani, não. – mirou a loira. – Não diga nada, eu vou... – a loira tirou a arma detrás das costas e apontou para ela. – Ani?
— Anahí! – a voz feminina ecoou de novo. – Faça!
— O que? – Dulce tentou encontrar a mulher.
— Dulce! – Anna gritou do outro lado. – Minha filha!
— O que? – levou as mãos aos ouvidos. – Saiam daqui!
— Faça, Anahí! – o homem a incentivou.
— E faça logo! – a mulher complementou.
— Saia, minha filha! – Anna gritou desesperada. – Saia!
— Ani, vem! – Dulce estendeu a mão para ela. – Vem!
— Deixo pra você essa vida de morrer por amor. – subiu a arma para o coração da morena.
— Que? Anahí! – arregalou os olhos. – Pare com isso! Ani!
— Chega de falar, Dulce! – a voz feminina gritou.
— Filha! – Anna soou desesperada e longe, tão longe dela.
— O que? – Dulce olhou para trás e sentiu o tiro atingir seu peito.
Levou as mãos ao local e franziu o cenho, mordendo os próprios lábios para aguentar a dor que sentia. Não sabia quem lhe disparara, mas sentia cada parte dentro de si queimar enquanto tombava e perdia as forças.
Ouviu o barulho do segundo tiro e, em seguida, o corpo de Anahí caiu ao lado do seu, encarando-a sem piscar.
Dulce permaneceu deitada e deu a mão para a loira, não deixaram de encarar-se, ainda que as forças sumissem a cada segundo que corria. Tudo chegara ao fim.
— Ani. – disse com dificuldade. – Não durma! Não durma, vamos... vamos sair dessa.
— A gente se encontra. – soltou a mão dela. – Do outro lado. – fechou os olhos.
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Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...