Capítulo 33, parte II

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Christopher manteve os olhos fixos sobre os da ex, aproximou os rostos devagar, esperando algum sinal de que poderia fazê-lo. Dulce manteve-se quieta. Ele entendeu.

Encostou o nariz sobre o dela, roçou lentamente as peles e viu o tímido e natural sorriso surgir no canto dos lábios da morena; a proximidade aflorava os sentimentos de ambos.

Ele soube que poderia falar.

— É assim que eu imaginava. – um pequeno sorriso dele ao confessar.

— Imaginava o que? – a pergunta saiu quase inaudível.

— A minha família com você. – firmeza e carinho marcaram tal confissão. – A nossa família, María.

As barreiras construídas caíram naquele momento, cederam ao sentimento e aos intensos olhares que trocavam; todo o amor cultivado permanecera ali.

Ela desviou as miradas e deitou o rosto sobre o ombro do senador, ele havia jogado baixo demais ao confessar os planos feitos com ela.

Christopher não disse mais nada, apenas depositou um singelo beijo sobre os fios castanhos dela, e permitiu que ela continuasse encostada em seu ombro.

— Pronto! – Alfonso voltou para a sala, levando a garrafa de tequila e os copos de shot. – O que houve? Ela dormiu? Já?

— Ahm... – Dulce desencostou-se rapidamente do senador. – Acho que sim. – mirou a menina em seus braços. – Sol...? – a garotinha seguiu de olhos fechados. – Acho que ela realmente embarcou, foi muito rápido!

— Está esgotada. – Alfonso comentou, colocando as bebidas na mesa de centro. – A quimioterapia a desgasta muito, não sei nem como ela aguentou até agora.

— É a Dulce aqui. – Christopher sorriu ao falar. – Ela a viu e ganhou energia na hora! Nem comigo ela não estava tão animada.

— Não fui eu, foi a "tia Kika". – a morena brincou.

— Sim, tia Kika... vou levá-la para o quarto. – Alfonso aproximou-se da morena. – Posso?

— Claro, mas não quer que eu a leve? – desencostou-se do sofá.

— Não, não precisa. – abaixou-se, e gentilmente pegou a filha no colo. – Aproveitem os minutos sozinhos.

— Cale a boca, Uckermann. – Dulce sorriu com sarcasmo, acomodando a cabeça da menina nos braços do homem. – E leve-a direito.

— Estou gostando dessa amizade de vocês. – Christopher brincou. – Já manda até calar a boca!

— Ah, se as revistas pudessem ver isso... – Alfonso riu ao falar.

— Tremendo romance! – Dulce completou, rindo com ele.

— Volto daqui a pouco. – o deputado piscou. – Fiquem à vontade. – ele piscou para o irmão.

— Vá se ferrar, Uckermann! – Dulce reclamou outra vez enquanto o homem apenas ria e deixava o local. – Vocês dois são insuportáveis!

— Tem certeza de que a sua escolha de palavra será essa? – Christopher voltou a encostar-se no sofá.

— Absolutamente. – virou-se para ele.

— Não acho. – sorriu convencido. – Repense.

— Uckermann. – arqueou uma sobrancelha. – Vá à merda!

— Claro. – estendeu-lhe a mão. – Vai comigo?

— Ridículo. – bateu na mão dele. – Escute, eu vou tomar esse shot, porque Poncho já trouxe, mas é só esse e já vou para casa. – avisou-o. – O motivo da minha visita acabou de dormir.

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