Capítulo 23, parte II

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A morena foi quem deu o primeiro passo, deixando a cabeça tombar no ombro do alemão enquanto dava mais um longo gole na cerveja.

— Perdão, Dul. – a lágrima caiu de forma imediata.

— Por quê? – apoiou o queixo no ombro dele e viu a lágrima escorrer lentamente pela extensão de seu rosto. – O que aconteceu? Dan...

— Deveria ter escutado você. – não a olhava. – Nos mudado para cá, criado o bebê aqui.

— Não se culpe. – beijou o ombro dele. – Não.

— Fui teimoso. – fechou os olhos. – Fui teimoso e nos arrastei para o inferno. Arrastei todo mundo.

— Dan. – tocou o rosto dele e então encararam-se.

— Perdão. – repetiu de forma sincera.

— Naquele momento...

— Me perdoa. – pediu novamente.

— Eu não insisti. – encostou o rosto ao dele. – Eu só aceitei.

— Me perdoa, por favor. – sussurrou, entrecerrando os olhos. – Me perdoa.

— Eu era capaz de ir até o inferno por você. – fechou os olhos. – Então não me peça perdão.

Era natural. Como as respirações buscavam uma à outra, como os corações aceleravam de repente, como os corpos pareciam saber exatamente o que fazer.

A mão dele subiu inconscientemente pelo braço dela, deslizando os dedos lentamente e sentindo como a pele dela se arrepiava a cada área que ele tocava.

O desejo guardado por tanto tempo parecia crescer e soltar-se das amarras que ele colocara, na intenção de respeitar a ex. E quando notou que ela permanecia ali, permitiu-se arriscar uma única vez, e deixou que os lábios se encontrassem com os dela.

Mantiveram-se parados, as bocas encostando-se de maneira leve e intacta, tentando discernir o que era realidade, o que era passado e o que era simplesmente saudade.

Não puderam descobrir. Não conseguiriam.

Ele moveu os lábios sobre os dela e em pouco segundos ela o correspondeu, deixando que as línguas se encontrassem com gentileza e sem pressa.

Dulce entregou-se e permitiu-se voltar no tempo, relembrar o sabor tão doce que tinha o beijo dele, como sentia-se protegida e tão amada entre os braços do alemão; tudo com Dante era sempre tão leve e calmo.

Não havia a pressa, nem a agitação e o fogo que ela experimentara nos últimos meses, com ele tudo era apenas paz.

Dulce apoiou a garrafa de cerveja sobre a mesa de cabeceira e fez o mesmo com a bebida dele, logo virou-se para o alemão e abriu a camisa vinho que ele usava, despindo-o num segundo e voltando a beijá-lo no outro.

Grudaram os lábios e o beijo parecia tão natural, que esqueciam-se que era a primeira vez que tinham tal contato depois de cinco anos de distância; nada parecia ter mudado.

Dante desviou os lábios até o pescoço dela, arrastando-os pela nuca devagar, a loira inclinou o corpo para frente e deixou que ele afastasse seu cabelo para que a boca pudesse percorrer a nova região descoberta.

Ele deu um leve sorriso ao ler a frase tatuada na pele dela: be the change

Não conhecia a tatuagem, mas se havia algo com o qual concordava, era que a loira era capaz de mudar tudo ao seu redor.

Chupou com mais força a região e Dulce sentiu os pelos do corpo se arrepiarem. Aliás, ela vivia intensamente cada reação que seu corpo tinha diante das carícias dele.

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