Capítulo 34
A vida de Dulce dera um tremendo giro durante as duas semanas que seguiram, e as mudanças aconteciam tão rapidamente que, em dados momentos, a morena sentia-se completamente perdida.
Não tivera notícias de Christopher, além daquilo que a internet mostrava ou que Anahí fazia questão de lhe contar.
Ajudara Dante na escolha do apartamento, e na semana seguinte ele mudou-se para o prédio próximo ao de Ailin; era evidente a felicidade que sentia pelo amigo, mas o clima de romance parecia ter morrido por completo... pelo menos para ela.
A amizade mais forte, entretanto, permanecia entre ela e Maite. A morena começara o novo trabalho na terça-feira, assim como prometera Anahí, e adaptou-se tão bem ao local, que Dulce chegou a questionar-se por que não havia pedido ajudar para a irmã antes; Maite era o encaixe perfeito para a editora.
De todas as áreas conturbadas em sua vida, a única que realmente parecia caminhar bem, era sua amizade com Maite, talvez por conexão ou porque simplesmente Dulce queria cuidá-la.
Christian agora aceitava as ligações de Maite, mas não pedia por um encontro pessoalmente, e a menina também achava melhor não fazê-lo. Sendo assim, pareciam jamais sair do lugar onde haviam se colocado.
Dulce insistira com a amiga algumas vezes, mas ao perceber que de nada adiantaria, deixou de falar e passou apenas a apoiá-la; ela também passara por momentos de estagnação com Christopher e sabia quão difícil poderia ser tomar a iniciativa de recuperar alguém que parecia tão bem sozinho.
A relação da morena com Anahí também caminhava bem, falava com a irmã quase diariamente, e desviava do assunto sempre que a loira tentava contar alguma novidade sobre Christopher. E não é que não quisesse saber do senador, mas agora ela cumpria assiduamente cada uma das tarefas que ele deixara anotada no caderno. As notícias durante a viagem, davam a Dulce a alegria e a garantia de que o senador crescia na aprovação da população e realizava o melhor trabalho que podia; Christopher nascera para tal profissão.
As tarefas eram poucas e simples, basicamente levavam uma única pergunta e três razões que ela deveria preencher.
Primeiro Dulce achou fácil demais, mas ao executar cada dia, a dificuldade começou a aparecer, e por mais que precisasse escrever apenas três curtas razões, a reflexão que aquele momento lhe gerava parecia ser suficientemente perturbado.
Vez ou outra, a tarefa tornava-se algo prático e consistia em um pedido para que ela visitasse algum lugar específico e depois refletisse sobre o que sentira ao fazer tal passeio.
Foram muitos os momentos em que ela desejou ligar para Christopher, contar como se sentia e compartilhar as experiências com ele, mas conteve-se. Assim como também esforçou-se para não pular nenhum dia ou adiantar as próximas tarefas. Ela dera cada passo com extremo cuidado.
Aquele caderno de anotações, tão caracteristicamente pequeno, agora parecia grande, repleto de sentimentos.
1ª experiência: 13 de agosto
Como eu me sinto? (não minta para você mesma, chiquita)
- ainda feliz pela noite de ontem
- gostaria de ver o Alex (jamais vou te deixar ler isso!)
- ansiosa pelo próximo passo2ª experiência: 16 de agosto
Como eu me sinto?
- cansada e frustrada
- amada pelo meu pai (teve geleia caseira pra mim)
- com saudade do Alex3ª experiência: 18 de agosto
Visita ao Museu da Frida Kahlo
Como eu me sinto?
- viva
- algo triste (ela é intensa)
- impulsiva (quase te liguei)4ª experiência: 19 de agosto
Passeio de Trajinera
Como eu me sinto?
- 100% mexicana
- arrependida
- Alex teria gostado (e decorado uma trajinera para nós)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogada Paralela
RomanceEle queria o senado. Ela traçou o caminho. Ela buscava justiça. Ele entregou por inteiro. Atraídos como imã, foram cegados pela jogada perfeita. Desencontraram-se. Fizeram-se independentes. O jogo não para. O tempo corre. Arrisque uma Jogada Parale...