Capítulo 13

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Capítulo 13

― Christopher? – Samay chacoalhou-o pelo ombro. – Christopher?

― Hm? – abriu os olhos, tentando acostumar-se com a claridade.

― O que houve, Christopher? – preocupada. – Christopher! O que houve? Você está bem?

― Ai, Sama! – colocou a mão na cabeça. – Estou bem! O que foi?

― Tudo está jogado lá embaixo, aqui em cima... ninguém entrou aqui? – assustada.

Christopher sentou-se na cama e encarou o ambiente ao redor, vendo a bagunça que o quarto ficara e como se tornara vazio sem as lembranças de Dulce. Viu o saco preto no chão e lembrou-se da noite anterior.

― Ninguém entrou aqui, Sama. – arfou e a senhora sentou-se ao seu lado. – Fui eu.

― O que aconteceu, meu filho? – deslizou a mão pelo cabelo dele e o viu com os olhos marejados. – Oh, não... – ele deitou a cabeça no colo dela. – Christopher...

― María não vai voltar. – disse, e a frase em voz alta o desesperou. – Chegamos a ter tudo, terminamos sem nada.

― Não fale assim, meu filho. – abraçou-o. – Brigas acontecem, desentendimentos são normais, isso não signif...

― Acabou, Sama. – fechou os olhos. – Jogue tudo fora. Acabou.

Samay não argumentou, apenas abraçou o homem e lhe beijou carinhosamente o rosto, a dor da ruptura era forte, e não havia nada que a senhora pudesse dizer para acalmá-lo.

Pensou em Dulce, em como a menina também deveria estar chorando pelo senador; concluiu que o maior pecado era ver aqueles dois corações separados.

Do outro lado da cidade, Dulce já levava mais de uma hora acordada, mas não saíra da cama, nem mesmo pegara o celular; não se atrevera.

O entendimento do fim do relacionamento com Christopher a atingira pela manhã, quando o sol raiou e ela pensou que o dia aconteceria sem a presença do senador.

Puxou o porta-retrato que conservava ao lado da cama, encarou a foto com o homem e a colocou contra o peito, fechou os olhos quando as lágrimas transbordaram sua tristeza. Estava magoada pelas insinuações que ele lhe fizera durante a última discussão, mas não tinha desejo de terminar a relação, ela não queria o fim; ela teria escolhido ficar.

Tudo saíra do controle, perderam-se um do outro, abriram mão do sentimento e dos planos um dia feitos; tudo ficara para trás.

Uma coisa era tê-lo deixado quando pensava que a separação o protegeria de alguma forma, mas agora... agora ele havia escolhido deixá-la, e não fora por proteção. O fim acontecera por falta de vontade, falta de querer, pelo fim de um sentimento. E se tudo havia terminado, por que ela tinha dentro de si o desejo tão grande de continuar?

Ficou mais de uma hora deitada na cama até que tivesse algum ânimo para levantar-se, lavar o rosto e prender o cabelo.

Saiu do quarto ainda de pijama e caminhou até a sala, guiada pela televisão. Parou ao lado da porta e viu o pai lendo o jornal. A presença da morena, entretanto, fez o homem abaixar o papel e olhar para trás.

― Bom dia, girafinha! – deu um leve sorriso para ela.

― Bom dia, paizinho. – forçou o sorriso e aproximou-se dele.

― Você dormiu bem? – bateu de leve no sofá e ela sentou-se ao seu lado. – Ainda não tomei café, quis te esperar.

― Uhum. – abraçou-o e deitou a cabeça em seu ombro.

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