Capítulo 19, parte II

406 52 60
                                    

― Por favor, não se exalte. – calma. – Apenas me escute. Aceite que eu cuidei de você e quero continuar cuidando. Comigo você está protegida.

― Protegida? Do que? – Dulce a encarou. – Hein? Do que?

― De tudo! – pela primeira vez exaltou-se. – De tudo o que houve desde que você tomou a péssima decisão de sair da revista!

― Tudo? – a morena franziu o cenho e a voz falhou. – Tudo?

― Tudo, Dulce. – encarou-a. – Tudo.

― Alisson. – inclinou o corpo para frente e abaixou o volume da voz. – Você sabe quem atirou em mim na base militar? – reparou nos lábios contraídos da mulher. – Você sabe onde está a Anna Irina? – viu o peito da loira acelerar. – Você sabe onde está a minha mãe?

Encararam-se por longos segundos, Dulce tentava buscar na loira qualquer ato falho que lhe entregasse algumas das confirmações que ela precisava, mas a mulher parecia ter se tornado uma verdadeira pedra de silêncio.

Alisson também encarava fixamente a morena, mas não parecia buscar resposta alguma, era como se simplesmente se deleitasse com os traços e a pura respiração de Dulce; Alisson parecia contemplá-la.

― Você deveria ficar comigo, Dulce. – pediu baixo. – Fique comigo, querida.

O celular da morena vibrou sobre a mesa e ambas jogaram os olhos até o aparelho, que agora mostrava a mensagem no visor.

Santiago Iglesias
Consegue dar um pulinho aqui dentro?
Vai terminar.

― Dulce. – Alisson adiantou-se. – Pode considerar o meu pedido?

― Nem morta. – a morena levantou-se e pegou o celular e a câmera.

― Esse é o seu segundo erro. – a mulher a olhou com tristeza, quase como se precisasse que a morena aceitasse tal proposta. – O primeiro foi sair de perto de mim.

― Alisson. – inclinou o corpo para ela. – Diga ao seu irmão que ele mexeu com a pessoa errada.

― Dulce? – Anahí aproximou-se. – Você está... – parou de falar ao vê-las juntas. – Alisson!

― Eu preciso ir. – Dulce piscou para a assessora. – Nos falamos depois. – voltou para dentro do evento.

― O que quer com ela? – Anahí encarou a tia. – O que veio fazer aqui?

― Ai, ai... – Alisson exalou e levantou-se com calma.

― O que quer com a Dulce? – Anahí voltou a perguntar. – Não basta tudo o que você já fez?

― Eu compreendo que Dulce tenha raiva, afinal, ela não faz ideia do jogo que jogamos por aqui. – foi até a sobrinha. – Mas você... essa sua atitude não se justifica, Anahí. Você é mais inteligente do que isso. Muito mais inteligente, eu diria.

― Não quero mais saber de você procurando a Dulce! – esbravejou. – Fui clara?

― Meu amor... – então lhe sorriu. – Você deve agradecer enquanto sou eu que a procuro, porque mais tarde pode ser outra pessoa. – segurou o queixo da sobrinha. – Uma hora Anthony se cansará de jogar o seu jogo. E você sabe muito bem o que acontece quando ele se cansa.

― Seu discurso não me causa medo. – soltou-se dela. – Não mais.

― E nem deveria! – disse em seguida. – Jamais quis te causar medo. Nada mudou entre nós, meu bem, eu continuo te protegendo. Aliás, agora protejo você e a sua irmãzinha... não é mesmo? – viu a sobrinha engolir em seco. – Nós devemos nos unir. As mulheres devem permanecer unidas.

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora