Capítulo 49, parte II

414 43 405
                                    

Christopher vai discursar no Zócalo, no domingo, eu estarei junto. Você pode nos encontrar antes do discurso? – pediu. – Coloquemos as cartas na mesa de uma vez por todas, por favor.

Feito. – a viu dar um leve sorriso. – Prometo ir. Me desculpe se tudo soou... se não soou como eu queria.

Ich liebe dich, Dan. – disse entre lágrimas.

Ich liebe dich, Dul. – sentiu a lágrima escorrer por sua bochecha, acenou levemente e encerrou a chamada.

A morena deixou jogou o celular sobre a mesa, caminhando de um lado para o outro enquanto tentava normalizar a respiração, acalmar os pensamentos e vencer o princípio de ansiedade. Parecia que todos os sentimentos estavam jogados e misturados dentro de si, não conseguia organizar o que sabia e o que pretendia: até que ponto deveria confiar em Anna? Como Omar descobrira sobre Anthony para contar a Dante? Que pedaço ela havia perdido para que Dante já estivesse traçando um perfil tão preciso sobre Alfonso e Anahí?

O que, afinal, estava nublando sua visão e impedindo-a de enxergar além?

Secou os olhos, respirou fundo por três vezes, limpou o pouco do rímel que havia escorrido e então pegou o celular.

Encarou a mensagem enviada para a médica, a mulher sequer havia visualizado tal pedido. Tudo aquilo começava a deixar a morena extremamente ansiosa.

Não aguentou e fez a ligação, sentia que não podia mais esperar.

Um toque. Dois. Três. Por fim, caixa postal.

Outra tentativa. Um toque. Dois. Três... seis. Caixa postal.

Olá, sou a doutora Morgado. Neste momento, não posso atendê-la.
Deixe seu recado e retornarei em breve.
Obrigada.

Bom dia, doutora. – Dulce voltou a caminhar pela área externa. – Quem fala é a Dulce Espinosa... de novo. Mandei uma mensagem para a senhora sobre um procedimento... aquele procedimento que fizemos em julho. – ansiosa. – Eu preciso vê-la. Por favor, me retorne assim que possível, não importa a hora, ok? Muito obrigada.

Encerrou o recado e percebeu, quase no mesmo minuto, que não conseguiria ficar quieta, então tentou o novo número.

O primeiro ramal levou ao segundo, que levou ao terceiro e que, por fim, atendeu a morena.

Recepção. Bom dia. – a recepcionista atendeu em seguida.

Bom dia. – respirou aliviada. – Por favor, a doutora Morgado está?

Quem fala?

Meu nome é... – então pensou que era arriscado demais identificar-se de tal maneira. – Eu posso falar com ela?

Quem gostaria?

Ela está ou não? – Dulce bufou.

Por favor, senhora, identifique-se. – a recepcionista repetiu. – Como se chama?

Maria José. – mentiu.

Sobrenome, senhora.

Hernandez.

Um minuto, senhora. – silenciou a chamada.

Dulce esperou por alguns segundos, a chamada permaneceu por mais algum tempo em silêncio e logo foi repentinamente encerrada.

A morena encarou a tela do celular, confusa com tal atitude, tinha a impressão de que a secretária não queria lhe dar a informação.

— Dul? – Maite abriu a porta e colocou apenas parte do corpo para fora.

Jogada ParalelaOnde histórias criam vida. Descubra agora