O despertar

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Era sábado, dia 04 de maio de 2002. Aquele dia nasceu ensolarado naquela pequena cidade. Wilian acorda logo pela manhã e depois de fazer a sua higiene pessoal, vai até a frente daquele hospital, quando sente a brisa do vento a tocar o seu rosto. Naquela manhã ele estava muito animado, pois na noite anterior havia conversado com a esposa e com todos os seus filhos, os avisando que em breve teria condições de retornar para a Inglaterra o que deixou toda a sua família extremamente feliz.

Poucos minutos depois, enquanto olhava aquela paisagem seca e montanhosa da região, ele é chamado por um dos enfermeiros. O filho de Ahmadi havia finalmente acordado. Wilian anda rapidamente por aqueles corredores para ver o estado de saúde daquele menino.

Ao chegar na sala, ele nota Ali mexendo os braços e o pescoço, ficando extremamente animado, quando se aproxima e questiona:

- Ali, consegue me ver?

- Sim senhor.

- Sente quando toco em você nesses pontos? Questiona Wilian ao apalpar partes do seu corpo, especialmente, os seus membros superiores e inferiores.

- Sim senhor. Sinto apenas a minha perna pesada, não consigo movê-la.

Então Wilian mais animado, ao ver que ele tinha sensibilidade em todo o corpo, começa a movimentar as pernas daquele menino, para testar se o faltava fortalecer um pouco mais a musculatura para ele ter os seus movimentos de volta.

Depois de realizar os testes, ele percebe que era esse o problema. Como ficou muito tempo sem movimentar a musculatura de Ali havia enfraquecido muito e ele não tinha forças para movimentar com facilidade as suas pernas. Aquele menino precisava de fazer algumas sessões de fisioterapia, mas, naquele país não existia essa especialidade profissional na redondeza, naquela época.

Wilian ligou rapidamente para Ahmadi e lhe deu a boa notícia. A felicidade daquele comandante foi impressionante ao saber que o filho estava bem e que com um bom tratamento, provavelmente, não teria nenhuma sequela. Ele foi ao hospital e logo que entrou foi dar uma abraço apertado no filho, dizendo que estava com muita saudade.

Ali não se lembrava de nada do que havia ocorrido. Para ele era como se estivesse em um sono profundo durante aquele tempo. Quando disseram que ele estava desacordado há mais de 40 dias, ele ficou impressionado de como isso havia sido possível. Sorrindo, ele afirmou que estava muito feliz por estar de volta.

Wilian afirma que pela situação que Ali despertou, ele poderia receber alta em pouco tempo, mas colocou para Ahmadi, que ele teria dificuldades de se locomover, porque os seus músculos das pernas estavam muito fracos e ele precisaria de um tratamento com um fisioterapeuta. O doutor incentivou Ahmadi a levar o filho para outro país se fosse necessário para fazer esse tratamento especializado da melhor forma possível, para que o seu filho tivesse uma vida normal.

Ahmadi, entendeu o recado e logo que chegou em casa começou a procurar nos países vizinhos um profissional com essa especialidade. Os melhores que encontrou foram na Turquia. Como Wilian disse que Ali precisava desses procedimentos o mais rápido possível, logo ele marcou uma data para a viagem para a cidade de Ancara. Aquele comandante era muito rico e como estava licenciado de suas funções, não teria problema em ajudar o seu filho nesse momento de necessidade.

No dia 07 de maio, Ali, finalmente, recebe alta do hospital. Ele vai para casa para ver os irmãos e fica muito feliz. Naquele dia Ahmadi preparou uma festa para receber o filho, convidando muitos amigos, incluindo o líder religioso local e Wilian. Pela primeira vez Wilian conheceria aquele homem que poderia acabar com as suas investigações em andamento e permitir formalmente que ele partisse ao encontro de sua família.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora