O início do mês de março

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No primeiro dia do mês de maço, aqueles militares, sedentos pela vingança contra Wilian, foram até a casa daquele líder religioso para uma conversa. Assim que são recebidos e se sentam na sala, como de costume, eles começam a pressionar aquele líder:

- Senhor, recebemos informações de que aquele hospital agora está mais vazio. Estrategicamente, ordenamos que todos os ataques fossem cessados e que as mortes nos porões antes do julgamento pudessem ser paralisados, para que tudo ficasse mais tranquilo, no intuito de executarmos o nosso plano contra aquele doutorzinho. Queremos saber quando poderemos matar aquele doutor no atentado, conforme o senhor recomendou? Afirma o oficial do exército da Aliança do Norte de maior patente, Ahmadi.

Aquele líder estava um pouco preocupado com aquela situação. Depois de tudo que viu e da liderança que Wilian tinha perante aquela sociedade ele estava com medo das reações que aquele povo poderia ter caso algo desse errado e aquela sociedade percebesse que aquele doutor foi morto, na verdade, por culpa do novo regime.

Entretanto, aquele líder sabia que não tinha escolhas. Aqueles três comandantes não iriam desistir de se vingar daquele doutor que os afrontou por tantas vezes e os humilhou naquele hospital. Aqueles homens orgulhosos não esqueciam dessas coisas e queriam se vingar daquele doutor depois de descobrirem que ele estava mentindo o tempo todo sobre a situação de Aisha.

Então ele disse:

- Senhores, ele está em suas mãos. Quando quiserem realizar o ataque, podem ficar à vontade, como prometi a vocês, a vida de Wilian foi trocada quando ele decidiu libertar aquela menina que seria condenada pelo nosso regime.

- Então podemos agir imediatamente senhor? Questiona um daqueles homens.

- Eu peço que isso seja muito bem planejado senhores. Como disse, estamos sendo muito criticados pelo governo central e por essa população. Se realizarmos um ataque a aquele doutor e alguém descobrir que fomos nós, podemos ser inclusive mortos por esse povo que se revoltará ou presos pelo regime central, pois a comoção de todos os lados será muito grande. Receberemos pressões por parte do povo, do governo central e da comunidade internacional. Façam algo muito bem feito! Pede aquele ancião.

- O senhor está recomendando que não vinguemos desse doutor? Questiona Ahmadi demonstrando um semblante nervoso naquele momento.

- De maneira nenhuma senhor. O que estou dizendo aos senhores é que não estão lidando com qualquer um. Wilian é um estrangeiro de uma nação aliada ao governo central, doutor que veio em uma missão internacional ligado a uma Ong e, além disso tudo, ainda é amado pelo nosso povo. As investigações serão minuciosas caso aconteça alguma coisa com ele e as pressões virão de todos os lados. Por mais poderosos que somos, se em algum momento descobrirem que temos participação nisso, inevitavelmente seremos presos. E essa questão vai aparecer, porque Johnson que está na Inglaterra, sabe que Wilian foi ameaçado, assim como os seus colegas de hospital. A suspeita caso aconteça alguma coisa com ele, virá sobre nós. Afirma aquele ancião demonstrando uma certa preocupação, quando aqueles homens também ficam pensativos e preocupados.

Depois de algum tempo a refletir, o oficial mais jovem daquele grupo diz:

- Mesmo com tudo isso, não podemos deixar esse doutor impune. Já tem meses que estamos planejando essa vingança dele. De alguma forma ele tem que ser castigado pelo que fez. Ele nos humilhou por muitas vezes!

- Eu penso da mesma forma. Eu acho que temos condições e treinamento para realizar um ataque a aquele doutor sem deixar vestígios de que fomos nós que o atacamos. Além disso, com a popularidade baixa que estamos e com o aumento da simpatia pelo regime anterior, a sua ideia, líder religioso, de atacar aquele doutor e colocar a culpa nos Talibãs é muito boa! Afirma o segundo oficial de maior patente, chamado Alan.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora