A situação de Aisha

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Com lágrimas escorrendo dos seus olhos de forma extrema, Loren coloca as mãos na cabeça, sem saber o que fazer. Agora, era ela que parecia estar em estado de choque ao observar aquela cena da irmã ao ser atropelada em frente a aquele shopping. Ela para por alguns instantes e, depois de um tempo, começa a correr em direção ao local em que Aisha se encontrava.

O motorista desceu do carro muito preocupado. Olhou para Aisha, viu que ela se movimentava um pouco, logo ele pegou o celular e ligou para o serviço médico. Loren se aproximou daquele homem e de sua irmã. Muito preocupada ela foi para pegar em Aisha, quando as pessoas que estavam a observar pediram que Aisha ficasse calma e não se movimentasse e que Loren não tocasse nela.

Ao perceber que Aisha estava consciente, Loren a questionou:

- O que aconteceu minha irmã?

- Eu estava a ser seguida por um homem minha irmã.

- Era Osnin? Questiona Loren.

- Sim. Era ele mesmo. Afirma Aisha com um semblante aterrorizado.

- Como você está? Está bem? Questiona Loren demonstrando desespero.

- Eu estou sentindo muitas dores nas minhas pernas.

- Você vai ficar bem minha irmã! Afirma Loren, quando as pessoas que se aproximavam, insistem para que Aisha fique sem movimentar e sem dizer nada, até que os médicos chegassem.

Em meio ao desespero, Loren só chorava ao ver a irmã daquela forma depois de ser atropelada por aquele carro. O motorista chegou ao lado de Loren e questionou:

- O que você é dela?

- Eu sou irmã! Nós estávamos passeando no shopping, quando fui ao banheiro e a vi correndo nessa direção.

- Eu não tive culpa de nada. Eu sinto muito pelo que aconteceu. Eu tentei frear, mas não foi possível.

- Não se preocupe. Eu vi tudo. A minha irmã estava mesmo desesperada por algum motivo. Você fez o melhor que pôde. Muito obrigada por tentar frear e proteger a minha irmã. Poderia ter sido ainda pior. Pelo que vejo, ela parece estar bem! Vamos aguardar os médicos para ver o que eles tem a dizer sobre a situação dela.

- Você quer avisar aos seus pais? Eu posso ligar para eles?

- Acho que vou preferir esperar chegar no hospital para que eles liguem. Se eu ligar para o meu pai agora sem saber como minha irmã está ele vai enlouquecer. Diz Loren ao engolir seco, preocupada em como daria essa notícia aos seus pais.

- Eu sei. Eu entendo. Eu vou acompanhar vocês até o hospital para saber se posso ajudar de alguma forma. Eu sinto muito mesmo pelo que aconteceu.

- Obrigado pelo apoio. Eu também sinto muito pelo que aconteceu. Diz Loren ao ver a ambulância chegar e começar os primeiros procedimentos de atendimento a Aisha rapidamente e com cuidado.

Logo ela é colocada na ambulância imobilizada e Loren a acompanha até o hospital. Ao chegar no estabelecimento, o médico faz os primeiros procedimentos e então uma funcionária do hospital liga para Johnson. Ele muito assustado, questiona como Aisha estava e ela responde que a jovem estava bem, que tinha tido apenas algumas escoriações e torcido o tornozelo. Mas, que a sua situação era estável e ela ficaria internada em observação. Imediatamente ele e Evelyn se dirigem até o hospital.

Aisha deu muita sorte que aquele motorista a viu a correr de uma certa distância e teve condições de frear por algum tempo antes de atingi-la. Como ele freou, o impacto sobre o corpo de Aisha foi em uma velocidade menor e isso fez com que ela se machucasse menos.

Assim que é autorizada, Loren entra no quarto de Aisha e a repreende de forma carinhosa:

- Quando tiver em mente que quer apostar corrida, por favor, escolha um lugar mais tranquilo para correr. Afirma ela a sorrir, tentando descontrair um pouco aquele ambiente de grande tensão por tudo o que aconteceu.

- Eu estava tentando correr de cicatrizes e acabei fazendo mais algumas deles em meu corpo. Diz Aisha como um semblante triste.

- Não se preocupe Aisha. Isso logo vai passar. Dos males o menor. O motorista felizmente conseguiu frear. Afirma Loren tentando confortá-la.

- Ainda bem! Eu nem vi o carro a se aproximar. Estava com tanto medo minha irmã! Afirma Aisha com um semblante aterrorizado, só de pensar que poderia ter sido pega por Osnin.

- Tem certeza que Osnin estava a te seguir minha irmã? Questiona Loren desconfiada.

- Tenho. Eu o vi no shopping e ele começou a correr atrás de mim, até que fui atropelada. Responde Aisha com convicção.

- Quando você foi atropelada ele estava perto ou distante de você? Questiona Loren, tentando obter mais informações para saber se aquela perseguição do ex-marido de sua irmã era verdadeira ou se era algo que estava na mente de Aisha.

- Ele estava próximo. Estava a poucos metros de mim. Quase a me pegar quando fui atropelada. Afirma Aisha com um olhar aterrorizado.

- Entendo. Tudo bem minha irmã. Descanse um pouco, que daqui alguns minutos os nossos pais chegam. Você vai ficar bem! Afirma Loren de forma paciente, já tendo certeza de que Aisha estava a ver Osnin apenas em sua imaginação, pois no momento do atropelamento, Loren viu toda a cena e tinha certeza que ela estava sozinha, não estava sendo seguida por ninguém.

Johnson e Evelyn chegam minutos depois e vão apoiar a filha. Afirmam que buscariam achar os culpados por aquele acontecimento. O que conforta um pouco Aisha, que se sente apoiada em meio a aquela situação de dificuldade.

Eles agradecem aquele homem por ter prestado os primeiros socorros a Aisha e por ter freado antes que ela fosse atingida, afirmando a ele que mandariam notícias assim que ela estivesse melhor. Aquele motorista reafirma que sentia muito pelo ocorrido e vai embora, após deixar o seu contato com Loren, para que fosse avisado do estado de saúde de Aisha.

Loren conta tudo o que aconteceu aos seus pais e Johnson decide que precisava investigar aquela história. Ele vai até o shopping e tenta conseguir com a concessionaria as filmagens das câmaras de segurança, para saber se alguém havia perseguido Aisha até que ela chegasse a rua.

No dia seguinte, Aisha ficou de observação naquele hospital, sempre acompanhada de Evelyn e de Loren. Enquanto isso o seu pai analisava as gravações conseguidas do sistema de segurança daquele shopping e começou a observar o momento em que Aisha iniciou a corrida por aqueles corredores. Claramente, ela não estava a ser seguida por ninguém. Aquilo era coisa da imaginação de Aisha.

Johnson entende que teria mesmo que conversar urgentemente com a psicóloga e tentar um tratamento mais especializado para que Aisha pudesse sofrer menos com aquelas lembranças de seu passado. Aquelas visões e situações de pânico que ela sentia em momentos aleatórios do seu dia, já estavam ficando muito perigosos e se não fosse tratado de alguma forma, poderia levar Aisha a se machucar ainda mais intensamente no futuro. Eles precisavam arrumar uma forma de tratar esse problema que parecia ficar cada vez mais sério.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora