O restante daquele dia

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No restante daquele dia, 10 de dezembro de 2001, Johnson fica a pensar em alguma forma de falar com o doutor Wilian. Como era segunda-feira, depois do almoço, ele e Aisha foram a embaixada mais uma vez tentar preparar outros documentos para a liberação do passaporte daquela jovem. Um dos funcionários daquela embaixada repassa uma boa notícia a eles, quado informa que, provavelmente, os documentos de Aisha ficariam prontos antes do final de semana e eles poderiam ir para a Inglaterra, talvez, até na sexta-feira. Aisha e Johnson ficam muito felizes com aquela possibilidade.

Entretanto, ao chegar em casa, Jhonson demonstrava muita preocupação, pois tinha um sério problema para resolver e não sabia como faria isso. Se ele ligasse para o comandante geral de operações no Afeganistão, provavelmente, ele seria repreendido, assim como foi pelo comandante de operações na região em que se encontrava. Ele teria que tentar falar com Tody para ter notícias do que aconteceu com Wilian e como poderia ajudá-lo, mas, isso ele só conseguiria fazer da base militar na Inglaterra. Como ele estava proibido pelo comandante de falar com aquele soldado que era seu amigo pessoal há muitos anos, ele teria que descobrir a frequência do aparelho militar comunicador de Tody para conseguir falar através dele em um treinamento ou operação que ele estivesse a realizar em algum momento.

Durante a noite, por volta de umas 7 horas p.m., ele tem a ideia de entrar em contato com Tody por e-mail. Ele se lembrou que ele se comunicava com a família através desse contato e resolveu enviar uma mensagem:

Meu amigo Tody,

Felizmente chegamos a Turquia, Aisha está bem e em breve poderá ir para a Inglaterra, os seus documentos já estão quase prontos.

Eu estou precisando de uma ajuda sua amigo. O doutor Wilian me parece que foi pego pelo exército da aliança do norte. Pelo que o comandante me disse, eles descobriram que ele estava a fazer algumas coisas erradas. Poderia verificar pra mim o que está acontecendo e me mandar notícias? Temo que aquele doutor possa estar em perigo e não posso deixar que ele tenha problemas.

Aguardo um retorno seu. O comandante pediu para que não conversássemos um com o outro quando liguei para ele. Para evitar que você tenha problemas, podemos conversar aqui por e-mail e quando eu chegar na Inglaterra eu vou em uma base militar e combinamos de conversar por rádio comunicador.

Acaba sendo mais seguro dependendo da situação em que Wilian se encontra. Eu não sei como esses militares estão agindo aí quanto ao controle das ligações telefônicas é preferível não arriscarmos, pois a vida do meu amigo Wilian pode estar em jogo.

Conto com a sua ajuda mais uma vez meu amigo.

Um grande abraço!

Johnson

Após enviar a mensagem, Aisha reparava que ele estava com um semblante preocupado. Enquanto estava deitada na cama, ela questionou:

- Tem alguma coisa acontecendo que eu não sei pai?

Tentando não preocupar Aisha, que já estava com a sua cabeça cheia de informações e preocupações de como seria o seu futuro, Johnson prefere não dizer nada com relação a Wilian.

- Não minha filha. Está tudo bem. Eu só estou ansioso para encontrar a nossa família, tem algum tempo que estou distante. Mesmo falando com eles frequentemente por telefone, não é a mesma coisa de estar junto deles sabe, por isso estou um pouco ansioso.

- Eu peço desculpas por ter atrasado o seu retorno para casa. Diz Aisha com um semblante triste se sentindo culpada daquela situação.

- Você não precisa pedir desculpas por nada Aisha. Para salvar você eu ficaria aqui por anos minha filha. É um prazer muito grande poder te levar para nossa casa. Ademais, você é da nossa família agora e não se esqueça disso!

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora