14 de dezembro de 2001

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Chega então o grande dia, finalmente Aisha conseguiria os seus documentos para poder viajar em direção a Inglaterra. Ela acorda extremamente animada e sorridente. Logo Johnson também lhe dá um sorriso e animado a abraça dizendo:

- Vamos na embaixada agora pela manhã, atarde, depois do almoço, vamos ao aeroporto para pegar um avião rumo a Alemanha. De lá pegaremos um outro avião em direção a Inglaterra. A previsão de chegada lá, se o tempo estiver bom e sem nenhum atraso de vôo é as 11 horas da noite.

- Vai dar tudo certo pai. Eu não vejo a hora de chegar na minha nova terra. Diz Aisha novamente a sorrir.

- Vamos tomar o café?

- Claro, vamos sim. Eu estou adorando o café da manhã desse hotel, é tão gostoso!

- É sim minha filha. É muito bom. Então vamos descendo.

Aqueles dois caminham para o saguão daquele hotel, onde era servido o café da manhã.

Naquela parte do dia, no mesmo horário, Tody foi até o hospital para encontrar novamente com Wilian e saber como estava a sua situação. Assim que ele chegou naquele local, Wilian foi avisado e os dois foram para o consultório do doutor para conversarem em um lugar mais reservado:

- Bom dia doutor?

- Bom dia Toddy? Alguma novidade ou contato com Johnson?

- Sim senhor, eu conversei com ele pelo telefone, de um aparelho público, que provavelmente não seria grampeado, ele me disse que assim que chegasse na Inglaterra ele faria uma mobilização para te tirar daqui.

- Ele não pode fazer isso Toddy, por favor diga para Wilian que ele não pode contar para ninguém sobre essa história. Afirma aquele doutor muito preocupado naquele momento, já demonstrando palidez em seu semblante.

- Como assim doutor? Se não mobilizarmos, não conseguiremos te tirar daqui.

- Ontem eu conversei com o líder religioso. Afirma Wilian.

- Ele veio aqui?

- Sim, veio aqui especificamente para falar comigo propondo um acordo.

- E o que ele disse senhor? Questiona Toddy.

- Ele disse que quer que eu continue e realizar os meus trabalhos nesse hospital até que as coisas fiquem mais tranquilas e que as ameaças de ataque diminuam. Mas, que para isso eu não posso contar a ninguém que eles estão me mantendo aqui a força. Porque se isso sair para alguém, provavelmente, ele será o primeiro a receber essa informação, e como ele tem o inquieto em suas mãos, aguardando apenas o meu depoimento, que ele autoriza imediatamente que eu seja interrogado e me condena antes que qualquer ajuda possa chegar.

- Maldito! Responde Toddy demonstrando revolta. Quando continua a sua fala: - Mas, ele não pode fazer isso Wilian. Seria um problema diplomático muito grande.

- Esses homens estão revoltados comigo Toddy. Eu os repreendi e os ameacei muito enquanto eles estavam querendo interrogar Aisha. Nesse ponto eu passei muito do limite. Eles estão querendo me matar por isso. Eu fui longe demais para proteger aquela jovem.

- Mas, você acha que eles teriam coragem de te interrogar?

- Eu tenho certeza que sim. Eles estão muito bravos comigo e tem uma questão cultural deles, que coloca a honra acima de qualquer coisa. O fato de eu ter deixado Aisha escapar, na concepção deles é uma desonra e eu preciso pagar por isso.

- Mas, que droga senhor. Como vamos te tirar daqui, sendo que não podemos fazer nenhuma mobilização?

- Eu não sei Toddy. O que eu te peço é para que converse com o Johnson para que ele não avise nenhum militar da minha situação e nem a ONG que isso está acontecendo. Se ele avisar eu posso me tornar um homem morto. Ele liberando aqueles homens para me interrogar, com a fúria que eles estão para realizar esse ato, como ele mesmo me disse, acho que eu não saio vivo daquele interrogatório. Olha o que eles fizeram com Alek que não tinha culpa de nada. Ninguém pode saber dessa história. Eu estou nas mãos deles e por esse motivo tenho que fazer tudo que eles querem.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora