O início da busca

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Depois de constatar que Saleh, provavelmente, havia fugido daquele compromisso, Sarwar imediatamente ligou para o seu filho mais velho, que furioso, informou que o encontraria em instantes, se deslocando rapidamente para a residência do pai.

Ao chegar na casa de sua família, eles pegaram um dos carros mais rápidos daquele senhor e saíram em disparada com um guarda-costas em direção ao aeroporto, local em que eles imaginaram que Saleh iria para sair do país.

Assim que entraram naquele estabelecimento, foram logo ao ponto de atendimento, quando receberam a informação que não haviam voos previstos para aquela manhã. De posse dessa informação, eles imaginaram que ele poderia ter fugido por transporte rodoviário e se dirigiram rapidamente para a rodoviária daquela cidade.

Eles chegaram no terminal alguns minutos depois e logo encontraram pessoas que trabalhavam naquele local que conheciam o seu filho. Para não levantar muito alarde, o que poderia significar um escândalo naquela sociedade, eles chegaram mais próximos a pessoas com quem tinham confiança e questionaram se eles haviam visto Saleh durante a manhã. Um dos homens então afirmou que o avistou pegando um ônibus rumo ao Paquistão. Eles o agradeceram, entraram no carro e aceleraram intensamente em direção a aquele país vizinho.

Sarwar estava extremamente furioso e avisava aos presentes naquele carro que se pegasse Saleh pelo caminho, o castigaria de forma tão severa que não sabe se ele sobreviveria, depois de tanta raiva que estava o fazendo passar. Andric, como resposta, diz ao pai que eles precisam demonstrar para Saleh que um homem precisa ter palavra e que quando não tem deve ser tratado como um moleque, confirmando que se o encontrasse ele iria lhe bater até que ele aprendesse a se tornar um homem de verdade.

Quando eles saíram da cidade de Cabul, rumo a Jalalabad, grande cidade por onde aquele ônibus passava antes de atravessar a fronteira, já eram quase 10 horas da manhã, portanto, mais de três horas depois da partida de Saleh.

Dentro daquele transporte coletivo, Saleh estava muito afoito, pois, por ser velho, ele andava muito lentamente por aquelas estradas. Aquele percurso era demorado e o jovem tinha em mente, que ao chegar em uma cidade importante daquela região, ainda antes de atravessar a fronteira, eles fariam uma parada de aproximadamente meia hora para o embarque de novos passageiros, o que facilitaria a sua captura, caso estivesse sendo seguido. A essa altura, estava claro para ele, depois do tempo que passou, que todos já sabiam de sua fuga.

Dentro daquele rápido carro, Sarwar conseguia avançar por aquela estrada com uma sede enorme para pegá-lo e trazê-lo de volta para casa, onde poderia o castigar severamente, antes de obrigá-lo a assumir o compromisso de se casar com Amira. Ele nem imaginava a possibilidade de que Saleh conseguisse escapar. Seria impossível para ele explicar a família daquela jovem e a aquela sociedade o que seu filho havia feito. Aquilo seria um escândalo e uma desonra sem qualquer precedente. 

A cada segundo que passava aquele senhor ficava ainda mais nervoso e trêmulo. Isso fazia o seu filho mais velho ficar preocupado e ainda mais furioso com a atitude tomada pelo irmão. Certamente, se o pegasse, como era mais forte, Andric iria descontar todo aquele nervosismo o agredindo intensamente.

Alguns minutos se passaram e o ônibus de Saleh às 10 horas e quinze minutos, finalmente chegou a cidade de Jalalabad. Com medo de que aquele ônibus pudesse estar sendo seguido por alguém, logo ele desceu e ficou a esperar atrás de uma árvore para ver se alguém aparecia a sua procura. Apenas meia hora depois, quando viu que o ônibus partiria, ele entrou por último e seguiu em direção a fronteira com o Paquistão.

Uma hora e meia após a partida daquele ônibus da importante cidade antes da fronteira, o carro pertencente a aquela família chegou na rodoviária perguntando as pessoas se haviam visto alguém com as características de Saleh no ônibus vindo de Cabul. Como ele foi discreto, todos negaram ter o visto.

Então eles pegaram o carro e foram pela estrada principal rumo ao Paquistão. O guarda-costas, mais acostumado a dirigir em alta velocidade, assumiu o controle daquele carro e avançava sobre aquela estrada em uma velocidade impressionante a captura de Saleh. O pai dele dizia o tempo inteiro que queria ele de volta de qualquer forma e que daria a ele o pior castigo que ele já havia sofrido em sua vida quando o capturasse. Aquele senhor estava com uma fúria jamais vista por aqueles que viviam próximos dele.

Às 12 horas, Saleh finalmente chegou a divisa daquele país com o Paquistão. Havia uma grande fila naquele momento para atravessar a fronteira, pois naquele local tinha uma inspeção da polícia que pegava os documentos daqueles que pretendiam atravessar de um país para o outro e avaliavam quem eram os passageiros tanto dos carros, quanto dos ônibus. Aquela travessia parecia que iria demorar alguns minutos e isso deixava aquele jovem ainda mais apreensivo. Se o seu pai soubesse qual o ônibus que ele havia pego, a chance dele ser capturado se não continuasse logo aquela viagem era bem grande.

Depois de quarenta minutos, finalmente chegou a vez do ônibus dele ser observado por aqueles patrulheiros. Eles pagam os documentos de algumas pessoas por amostragem, incluindo de Saleh, analisam, veem que não há nada de errado e liberam aquele veículo para a travessia. Eles iriam rumo a cidade de Pexauar, uma das mais importantes cidades do Paquistão na sua região de fronteira com o Afeganistão.

Finalmente Saleh estava fora do seu país e aquilo de certa forma o deixou mais aliviado. Entretanto, ele não imaginava que o carro de sua família estava tão próximo. Por pertencer ao governo, o pai dele logo furou a fila daquelas pessoas que iriam atravessar a fronteira, indo imediatamente rumo aos guardas. Ao chegar naquela patrulha, ele se identificou e pediu a eles informações sobre Saleh. Foi quando um daqueles guardas afirmou que ele estava em um ônibus que havia passado naquele ponto a aproximadamente meia hora.

Aquele senhor imediatamente entrou no carro e partiu em disparada rumo a cidade de Pexauar, local em que aquele ônibus pararia por mais algum tempo, para embarque e desembarque. Se fossem rápidos, de acordo com as informações deixadas pelo patrulheiro, quando eles chegassem na rodoviária o ônibus ainda poderia estar parado e eles, provavelmente, encontrariam aquele passageiro dentro dele.

Ao arrancar o carro, Sarwar diz:

- Eu quero mesmo pegar Saleh naquela rodoviária. Lá mesmo eu vou começar a demonstrar para ele o que é que nós fazemos com um moleque como ele demonstrou ser. Afirmou aquele homem com um semblante demonstrando imensa irritação naquele instante.

- Pois eu ajudarei meu pai. Saleh vai aprender que deve cumprir com os compromissos que faz. Sempre foi mimado e depois que foi para o Ocidente acha que tudo pode. Vamos demonstrar para ele como as coisas funcionam aqui. Afirma Andric também demonstrando revolta em seu semblante.

Então eles continuam a percorrer aquelas estradas em velocidade, com aquele senhor a demonstrar ferocidade só de se lembrar que Saleh teve a audácia de fugir em um momento tão importante para aquela família, podendo causar todo aquele constrangimento perante aquela sociedade conservadora.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora