Casamento forçado e abusivo II

Os dias seguintes

Assim que acordou na manhã do dia 27 de dezembro, antes de todos os familiares, Aisha foi preparar um chá e ligou a televisão, começando a assistir um desenho animado em que poucas palavras eram pronunciadas, o que a fazia entender muito bem o contexto e sorrir bastante enquanto acompanhava aquela história. Ela já estava mais acostumada com a televisão depois de uma semana naquela casa acompanhando todos utilizarem aquele aparelho.

Por volta das 09:00 horas da manhã, os seus pais acordam e caminhando para a cozinha lhe desejam bom dia, quando ela retribui aquele desejo a eles. Aisha estava muito feliz, mas parecia que tinha alguma coisa em seu coração que a afligia e isso tinha haver com Wilian, que ela tinha aprendido a gostar muito e teve uma relação quase familiar enquanto estava no Afeganistão.

O seu pai chegou na sala e se sentou no sofá. Ele logo começou a sorrir do desenho e na língua de Aisha, a questionou se ela estava a gostar do que se passava na televisão, quando ela respondeu que sim, que o desenho era muito engraçado. Mas, logo o seu semblante mudou de alegre, para um pouco triste e essa mudança foi logo percebida por Johnson que a perguntou:

- O que foi Aisha? Está acontecendo alguma coisa aqui que você não está gostando? Está com saudades do seu país?

- Não senhor. Aqui está tudo bem e não sinto nenhuma falta do meu país. Estou gostando muito da Inglaterra.

- Então o que está acontecendo que você me parece com um semblante um pouco triste?

- Eu estou com saudades do doutor Wilian senhor. Nas últimas semanas que fiquei no Afeganistão eu falava com ele o tempo todo e de uma hora para outra ficamos distantes. Depois dessa semana fora, me deu uma saudade enorme dele. Quero falar com ele. Afirma Aisha com um semblante demonstrando tristeza.

Johnson toma um certo susto com a fala de Aisha, quando ele responde:

- Tudo bem Aisha, não precisa ficar triste porque não tem falado com o dr. Wilian. A comunicação lá é um pouco mais difícil do que aqui, porque as pessoas não tem celulares acessíveis como aqui. Mas, arrumarei uma forma de combinar com Wilian para falar com você.

- Jurá pai! Eu vou poder matar a saudade dele? Questiona Aisha com um semblante mais alegre.

- Sim minha filha. Eu não posso te prometer que vai ser rápido que isso vai acontecer, porque depende da agenda dele. Ele não sai daquele hospital de maneira nenhuma, é super dedicado, e não podemos manter o telefone do hospital que atende a todo mundo ocupado. Mas, providenciarei uma forma de vocês conversarem nem que seja por rádio de comunicação.

- Eu não vejo a hora de conversar com ele e contar as novidades. Tanta coisa aconteceu depois que vim para a Inglaterra. Eu quero muito que ele venha pra cá pra gente poder conhecer a família dele.

- Em breve ele virá, isso já faz parte dos planos dele. Em pouco tempo estaremos todos juntos e ele lhe visitará e você poderá também ir até a casa dele.

Aisha melhora o seu semblante na expectativa daquela conversa. Quando ela e o seu pai começam a conversar sobre a viagem e Aisha elogia todos os parentes que tinha acabado de conhecer, em uma conversa mais animada e descontraída.

Na parte da tarde, Loren convidou Aisha para ir ao shopping e ela sem aula naqueles dias, resolveu acompanhar a irmã. Mesmo sem conseguirem se comunicar direito, elas saem por aquelas ruas. Os seus pais apresentaram uma preocupação enorme quando Loren apresentou a proposta, entretanto, entregaram para Aisha uma folha com o telefone e endereço para que ela pudesse entrar em contato, caso se perdesse da irmã. Loren muito descontraída, disse que cuidaria de Aisha direitinho e os pais as autorizaram sair juntas pela primeira vez sozinhas.