O dia seguinte

339 46 11
                                    

Naquela primeira noite dormindo na Inglaterra, depois de muito tempo, Aisha consegue dormir com uma enorme tranquilidade, sem toda a ansiedade que fazia parte de sua vida desde que se casou com Osnin. Ela acorda pela manhã, ainda não acostumada com o fuso horário e não consegue mais dormir.

Durante aquele tempo, esperando que os seus familiares acordassem, ela resolveu escovar os dentes e ler alguns livros que ela havia trazido da Turquia, que estava em sua língua. Mesmo sem poder ler no seu país, Aisha adorava literatura.

Assim que escutou um barulho no corredor, ela vestiu uma roupa típica do seu país para ficar em casa e foi para a cozinha daquele espaço, de cabelos presos, mas sem o hijab, como era comum quando se estava em casa no Afeganistão.

Quem estava na cozinha era Evelyn e ela apenas abriu um sorriso para Aisha, que retribuiu aquele sorriso de forma carinhosa. Como ela não conseguia falar a língua daquela jovem, aguardou o seu esposo levantar para que pudessem se comunicar.

Naquele instante Aisha ficou sentada, um pouco acanhada, sem saber muito bem como agir. Quando depois de alguns minutos, ela nota que seu pai havia chegado a cozinha. Ele lhe dá um forte a braço e a deseja bom dia:

- Bom dia pai! Está tudo bem com o senhor?

- Tudo ótimo minha filha. Como passou a noite?

- Essa foi uma das melhores noites que passei nos últimos anos pai. Me senti tranquila e protegida no meu novo lar. Diz Aisha abrindo um sorriso, quando Johnson traduz aquela fala para a esposa, que sorri, com o carinho demonstrado por Aisha.

- Estamos muito felizes que você se sentiu bem Aisha. Qualquer coisa que te incomodar, por favor nos avise para tentarmos adaptar da melhor forma.

- Não se preocupe pai. Não há nada me incomodando. Peço ao senhor também que seu eu fizer algo de errado ou incomodar de alguma forma que me digam, pois assim, posso mudar o meu comportamento para não atrapalhar os senhores.

- Pode deixar que se tiver necessidade, eu te aviso sim Aisha. Não se preocupe. Afirma Johnson.

Loren se levanta e vai para a cozinha minutos depois. Assim que chega naquele espaço, ela abraça o seu pai, dá um beijo no rosto de sua mãe, desejando um bom dia e logo em seguida abraça Aisha carinhosamente, a desejando bom dia, quando o seu pai traduz aquele diálogo. Elas conversam por alguns instantes, quando Johnson afirma que contratará uma tradutora para poder acompanhar Aisha nesses primeiros dias e ensinar ela a falar inglês. Aisha fica muito animada com aquela possibilidade. Ela não via a hora de poder se comunicar com todos normalmente.

Depois que tomou aquele café da manhã, ela foi para o seu quarto para arrumar as suas roupas. Nesse momento, mesmo sem saber falar a língua de sua irmã, Loren foi até o seu quarto, bateu na porta e entrou depois de autorizada, buscando arrumar uma forma de se comunicar com Aisha. Ela senta na cama de sua irmã e elas começam a tentar se comunicar por mímica, naquele momento, sorrindo intensamente e felizes, quando uma ou a outra se faziam entender. Loren mostra os espaços daquele quarto e dos móveis e ajuda Aisha a arrumar as suas coisas. Ela até ensina algumas palavras para Aisha em inglês com muito esforço. Seria necessário que Aisha adquirisse um dicionário para que ela pudesse tentar ajudar aquela jovem de forma mais intensa.

Nesse tempo em que as duas estavam no quarto, Johnson disse a esposa que precisava resolver algumas questões documentais na base militar daquela cidade. Que elas tentassem ajustar tudo com Aisha, por enquanto ele estivesse fora, que ele retornaria antes do almoço. Que qualquer coisa ele estaria no celular. A esposa confirma que está tudo bem. Que elas cuidariam de Aisha enquanto ele estivesse fora. Preocupado com a situação de Wilian, Johnson queria ir na base militar, principalmente, para tentar algum contato através de um rádio comunicador com Toddy.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora