Casamento forçado e abusivo II

O fim do Ensino Médio

O mês de junho chega e as irmãs estavam com uma expectativa enorme de como se sairiam nos exames que eram utilizados para ingresso nas Universidades da Inglaterra. Nas semanas que antecederam aquelas provas, elas focaram ainda mais intensamente nos estudos de revisão. Depois de muito estudar, Aisha e Loren se sentiam preparadas para tirar boas notas naquela avaliação.

Elas então realizam as avaliações e ficam ansiosas aguardando o resultado final que viria em meados daquelas férias. Entretanto, na conferência dos gabaritos daqueles testes, elas descobriram que ambas haviam realizado excelentes provas, algo que foi muito comemorado por toda a família. Tudo que elas precisavam saber era a média necessária para a realização dos cursos desejados, para finalmente descobrirem se seriam aprovadas nas principais Universidades do país.

Como Loren estudou por toda a sua vida na Inglaterra, ela tinha uma certa vantagem sobre Aisha e conseguiu um resultado melhor naqueles exames, o que, provavelmente, a qualificaria para ingressar no curso que tanto sonhava. Mesmo tirando notas menores do que a irmã, como Aisha tentava um curso menos concorrido, ela também tinha grandes chances de conseguir realizá-lo em uma das Universidades mais renomadas do país, a Universidade de Oxford, que se tornou o seu grande sonho desde que chegou na Inglaterra.

As férias das duas iniciam e elas conseguem descansar um pouco depois de meses de estudo frenético. Aisha saía constantemente com Loren para os shoppings e parques daquela cidade, locais em que ela adorava passear.

Durante aquelas férias da faculdade, Saleh visitaria a sua família no Afeganistão. Antes da viagem ele queria se despedir de Aisha e em um domingo marcou um encontro com ela e sua irmã em um parque da cidade.

Ao chegarem no local, eles se cumprimentam e Saleh sabendo que as duas irmãs haviam ido muito bem nos exames para ingresso nas Universidades, as parabenizam pelo resultado, deixando ambas extremamente felizes por aquele reconhecimento.

Em meio a aquele bate papo, curiosa, Loren entra novamente no assunto da cultura dos dois:

- De onde vem essa história de guerra santa contra o Ocidente em Saleh? Vocês todos têm essa visão de que devem lutar contra os nossos povos?

- Claro que não Loren. A nossa religião prega que todos nós somos irmãos. Acima de tudo ela prega a justiça e a paz. Infelizmente isso é disseminado por líderes religiosos extremistas que se aproveitam da ingenuidade de parte do povo para conseguir criar ódio às pessoas de outros países e religiões. Mas, isso não é um pensamento da maioria. Muito pelo contrário, é uma pequena minoria que tem esses pensamentos extremistas e radicais. Isso não é o que prega a nossa religião. A nossa religião é pautada na paz e no amor ao próximo. Responde Saleh com firmeza a questão apresentada por Loren.

- Nesse caso é igual a minha então. Eu sou cristã e é isso que a minha religião prega. Afirma Loren querendo saber o que Saleh falaria com relação a sua reflexão.

- Eu penso o seguinte Loren, nenhuma religião prega execução, extermínio ou qualquer outra coisa ruim para qualquer outra pessoa. O grande problema é que as pessoas se usam da religião para os seus próprios interesses e, nesse sentido, algumas pessoas manipuladas se tornam radicais e fazem essas ações. Mas, a nossa religião não prega nada de mal para ninguém. Quem fazia essas ações eram os extremistas religiosos que dominavam o nosso país. A nossa religião prega a paz entre os povos. Reafirma Saleh.

- Que bom ouvir isso Saleh! Afirma Loren demonstrando felicidade em seu olhar.

- Tem certeza que o nosso país está tranquilo Saleh? Fico com medo dos atentados terroristas que passam na televisão. Dizem que isso está acontecendo constantemente por lá. Afirma Aisha com um olhar preocupado.