Um problema mundial

242 22 5
                                    

Após alguns dias a refletir sobre a violência vivida por Aisha, Loren volta a conversar com o seu pai sobre o assunto enquanto ele a levava para a escola:

- Eu ainda estou muito impressionada com a violência que Aisha viveu pai. Eu queria fazer alguma coisa para ajudar essas meninas que tanto sofrem nas mãos dos seus pais nos países Orientais. Afirma Loren com um semblante triste.

Johnson olha com preocupação e diz a alertando que isso não era um problema fácil de ser resolvido:

- Minha filha, é importante você ter em mente que isso não é algo que acontece apenas na cultura de Aisha ou nos países orientais. A violência contra crianças, acontece no mundo inteiro. Inclusive, no Ocidente e no nosso país. Esse não foi o método de "educação" que usamos com você, porque tanto eu quanto a sua mãe não concordamos com ele. Mas, muitas crianças são agredidas aqui na Inglaterra também.

Loren imediatamente se assusta como se não conseguisse acreditar no que o seu pai estava a dizer. Ela tinha 15 anos e não havia presenciado nenhum exemplo ou conversa que a levasse a ter alguma percepção nesse sentido. Além disso, como ela não sofria esse tipo de violência, achava que no seu país não existia, tendo uma visão completamente distorcida da realidade.

Depois de refletir um pouco, ela responde ao seu pai:

- É sério isso pai? Mas, isso é proibido no nosso país. Porque as pessoas não denunciam?

- Essas coisas acontecem nos lares minha filha. Os lares são ambientes muito fechados e que dificilmente alguém saberá que isso acontece. Os filhos também tem medo de denunciar os seus pais, pois dependem deles.

- Pois eu não teria. Eu jamais aceitaria que alguém me violentasse dessa forma! Afirma Loren em tom severo.

- Você está certa minha filha. Jamais permita que alguém toque em você. Se isso acontecer conte mesmo para nós ou o denuncie. Isso é o certo a fazer. Mas, você foi criada com esse conceito, nem todas as famílias são assim.

Loren fica pensativa após a fala do pai. Era como se ela não quisesse acreditar que isso poderia acontecer na sua sociedade. Aquilo foi um choque para ela.

No horário do intervalo, ela foi conversar com algumas amigas e entrou nesse assunto. Quando questionou:

- Hoje eu estava conversando com o meu pai, e ele me disse que até hoje há pais que castigam fisicamente os seus filhos no nosso país.

As colegas de Loren, em um primeiro momento ficaram acanhadas. Pois, elas tinham vergonha de expor esse tipo de situação para as demais. Haviam cinco amigas dela reunidas, quando uma delas disse:

- Bem, eu confesso que na minha casa a educação é bastante rígida e que se eu fizer algo de errado os meus pais podem sim utilizar os castigos físicos como forma de punição. Afirmou uma das colegas que estavam na roda sem dar muitos detalhes.

Logo em seguida, uma segunda amiga também criou coragem e disse:

- Os meus pais também me batem quando eu faço algo muito errado. Obviamente que nos últimos tempos tenho me comportado para que isso não acontecesse, pois eu odeio quando eles fazem isso, mas, a minha mãe e o meu pai, não veem problemas em me bater quando acham necessário.

A cada uma daquelas falas Loren ficava mais surpresa. Quando então uma outra garota do grupo disse:

- Eu não apanho mais dos meus pais, mas, quando era criança isso acontecia com uma certa frequência. Vejo que isso não é algo tão incomum assim. Afirma aquela amiga de Loren. Quando ao final a questiona: - Os seus pais nunca te bateram Loren?

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora