O dia seguinte

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Amanhece e já era quarta-feira. Aisha chegava na metade do período de férias e estava com uma sensação de que tudo estava a passar de forma muito rápida. Em pouco mais de uma semana e meia ela teria que retornar para a sua terra natal e deixar o grande amor da sua vida no Afeganistão.

Depois daquele encontro, quando notou que seu coração estava a bater mais forte do que nunca de amores por Caivan, a simples possibilidade de deixá-lo, já trazia uma aperto no seu coração. Ao pensar nessa questão, ela ficou um pouco triste, mas logo relembrou que encontraria na noite de hoje com o seu amado, pois haviam marcado de se verem de novo na noite anterior e uma sensação boa veio em seu coração.

Enquanto fazia a sua higiene pessoal, ela se lembrou novamente da questão quer fez a Caivan com relação a sua família e que ele, mais uma vez, foi evasivo na resposta. A curiosidade dela só aumentava com relação a esse ponto misterioso.

No período em que conversou com Caivan pela internet, Aisha chegou a questionar a ele sobre muitas questões de sua vida atual e de seu passado, mas, o seu amado não lhe deu muitas respostas ou informações. Ela tinha a expectativa de saber mais sobre ele quando estivessem frente a frente, mas, naquela primeira noite isso não foi possível. Na noite de hoje ela insistiria com ele para saber mais detalhes do seu trabalho e de como foram os seus últimos anos de vida.

Depois que fez a sua primeira refeição do dia, Aisha foi até o centro da cidade e procurou alguns médicos para Sônya. Ela queria a levar em um psiquiatra, para ver se ele receitava os remédios para ela melhorar a sua ansiedade e conseguir dormir melhor.

Muitos profissionais indicaram um dos médicos que tinha uma grande clínica no centro, considerado por eles, o melhor psiquiatra do país. Mesmo a sua consulta sendo um preço alto para os padrões do país, Aisha fez questão de marcar essa consulta para o dia seguinte. Ela queria que Sônya tivesse um bom tratamento, para melhorar logo de seus problemas psicológicos.

Depois de algumas horas a andar acompanhada de seu guarda-costas no centro daquela capital, Aisha sentiu fome e junto a ele foi almoçar em um restaurante famoso da cidade. A dona era uma mulher que lutava pela igualde de direitos do gênero feminino. Aisha, curiosa, conversou com aquela simpática mulher por alguns minutos e ficou encantada com a visão que ela tinha. Era uma feminista dentro do solo conservador afegão. Ela era casada e tinha filhos, mas, disse que o marido era moderno, porque ela lhe ensinou a modernidade e que homens e mulheres deveriam ter direitos iguais.

Ainda enquanto estava almoçando, Aisha recebeu uma ligação de um número desconhecido. Logo ela atendeu e questionou quem era:

- Alô! Quem está falando.

- É Sahar, Aisha. Tudo bem com você?

- Sahar filha de Parisa? Questionou ela surpresa.

- Sim. Sou eu mesma! Minha mãe e meu irmão me disseram que você passou lá em casa e eu fiquei com uma vontade enorme de te encontrar para conversar com você. Onde você está ficando?

- Eu estou ficando em um hotel no centro da cidade. Mas, no momento estou a almoçar no centro. Você está aqui na região?

- Sim. Eu estou próxima de você. Estou saindo de uma aula particular e atarde estou livre. Será que poderíamos conversar um pouco.

- É claro que sim. Onde nos encontramos? Eu posso te pegar e levar até o hotel para podermos conversar um pouco.

- Tem certeza que não vou incomodar?

- Claro que não Sahar. Aquele dia que fui na sua casa, fiquei louca para te ver. Uma pena que me disseram que você chega bem mais tarde dos estudos. Não vejo a hora de te encontrar novamente.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora