Casamento forçado e abusivo II

Os dias seguintes

Amanhece o dia 13 de março de 2002 e Wilian imediatamente ao acordar vai até a sala dos pacientes que precisavam de uma atenção especial. Na análise preliminar, ele avaliou que todos os pacientes estavam estáveis, ficando um pouco mais tranquilo no decorrer daquela manhã.

Um pouco mais tarde, ele foi ao quarto das outras crianças mais novas de Ahmadi, que estavam em situações melhores e lhes deu alta. A aquela altura, aquelas duas crianças estavam fora de perigo, entretanto estavam sem nenhuma mobilidade, já que com o impacto, eles tiveram os seus membros inferiores e superiores quebrados. Eles foram levados carregados pelo pai até o carro e logo em seguida para casa, onde ficariam de repouso para se recuperarem daquelas fraturas. Aquele senhor ficou muito feliz ao ver que os seus filhos já estavam melhores, retornando para casa em uma situação fora de perigo.

Na Inglaterra, Aisha continuava os seus estudos com a professora de inglês que estava lhe passando atividades cada vez mais complexas, já que tudo que ela estimulava Aisha a aprender, a resposta daquela jovem era sempre muito rápida.

No horário de almoço, Aisha conversava de forma cada vez mais feliz e integrada junto a sua família. Durante alguns daqueles dias, Evelyn e Jonhson almoçavam com ela, em outros ela precisava almoçar sozinha com a funcionária da casa, Olivia, pois, Loren, almoçava na própria escola e durante alguns dos dias os seus pais ficavam a trabalhar nesse horário.

Olivia era uma senhora de meia idade, que trabalhava naquela casa fazendo todos os serviços domésticos. Era uma mulher muito amável que desde a chegada de Aisha a tratou com muito carinho a ensinando diversas coisas do dia a dia, contribuindo muito para a adaptação dela a nova realidade.

Aisha adorava Olivia, o carinho e o respeito que tinha por aquela senhora era muito grande, assim como todos os demais membros daquela família, que também tinham um carinho muito grande por aquela funcionária que já trabalhava naquela casa a pelo menos 10 anos.

Logo que aprendeu as primeiras palavras em inglês, Aisha, ao se comunicar com Olivia, sentiu o quanto ela era agradável e atenciosa. Muito acostumada em realizar os trabalhos em sua casa, enquanto morava no Afeganistão, Aisha fazia questão de, nos tempos livres, ajudar na arrumação daquela casa. Com o tempo passando e os estudos dela se tornando mais intensos, cada vez menos ela tinha condições de ajudar naquelas tarefas, mas sempre que podia, ela insistia em contribuir da forma que podia, especialmente, aos fins de semana, quando Olivia estava em seus dias de folga e ela não tinha estudos a realizar com a sua professora e tutora.

Durante os dias daquela semana, Ahmadi estava afastado de suas atividades militares, se dedicando basicamente a recuperação de sua família. Na terça-feira, imediatamente após os ataques, aqueles militares e o líder religioso trabalharam, basicamente, na ocultação do plano de ataque a Wilian. No dia seguinte, eles começaram de forma mais intensa a investigação para descobrir quem realizou aquele ataque.

Ao verem que nenhum dos grupos havia assumido a autoria daquele atentado, os militares começaram a prender os maiores líderes grupais daquela cidade para interrogá-los, tentando descobrir alguma informação sobre quem realizou um ataque a uma família tão importante daquela comunidade.

Por entenderem o poder que aqueles militares tinham, os mandantes daquele crime, não se expuseram e os interrogados, sabendo que se dissessem algo que pudesse os ligar a aquele ataque seriam condenados a morte, passavam por aqueles interrogatórios extremamente violentos sem confessar qualquer participação naquele evento.

Na quinta-feira, o líder religioso impaciente com os rumos daquela investigação, querendo dar uma resposta rápida a aquela sociedade, ordenou que os militares fossem ainda mais enérgico em suas ações no decorrer daquele dia. Então os militares logo iniciaram uma retaliação contra quase todos os grupos de prisioneiros não simpatizantes daquele regime.