Casamento forçado e abusivo II

O sábado

Ainda na noite daquela sexta-feira, Aisha ainda demonstrava ao seu pai preocupação e uma ansiedade enorme. Johnson entrou em contato com Tody, explicando sobre as preocupações que Aisha estava a demonstrar e aquele oficial que se encontrava no Afeganistão respondeu que não havia recebido nenhuma notícia quanto a mudança da situação do doutor. Entretanto, para tranquilizar a todos, ele se comprometeu a ir no sábado ao hospital para lhe fazer uma visita e ver se tinha ocorrido alguma mudança quanto ao processo de Wilian.

Johnson ficou mais tranquilo com aquela informação e ainda naquela noite informou essa versão de Tody para Aisha. Depois de receber aquela informação, Aisha muito cansada por não ter conseguido dormir profundamente nas noites anteriores, consegue finalmente pegar no sono. Entretanto, ela ainda estava muito preocupada com a situação de Wilian.

No sábado, Wilian inicia os trabalhos no hospital e logo nota que dois de seus pacientes que lá chegaram gravemente feridos, devido a ação policial naquelas manifestações, já estavam completamente recuperados e poderiam receber alta. Antes de saírem daquele hospital, aqueles dois homens o agradecem imensamente, deixando Wilian muito feliz por ter conseguido salvar a vida daquelas pessoas humildes e trabalhadoras.

Pouco antes do horário de almoço, a mãe de um dos pacientes que foi tratado por Wilian no passado, chegou com uma comida para dar a aquele doutor, demonstrando gratidão por ele ter realizado um ótimo tratamento a um de seus filhos. Aquelas demonstrações de carinho deixavam Wilian muito feliz com a generosidade daquele povo.

Na parte da tarde, conforme havia prometido a Johnson, Tody foi até aquele hospital para realizar uma visita a Wilian e saber se havia ocorrido alguma coisa nova em seu caso. Quando o doutor afirmou que estava tudo da mesma forma, que ele estava cumprindo o acordo que havia feito com o líder religioso e que depois ele assinou aquele contrato, não foi infortunado por mais ninguém. Nem contato teve mais com aqueles militares.

Wilian chegou a falar com Tody que se sente um prisioneiro naquele país e que estava com muitas saudades da sua família. Ele tinha vontade de voltar logo para a sua casa, mas inda não sabia como faria isso. Quando Tody afirmou que conversaria novamente com Johnson sobre essa situação e que se fosse o caso eles apelariam ao primeiro-ministro para que ele intervisse na situação, caso esse fosse o desejo do doutor naquele momento.

Após ouvir essa fala, Wilian demonstrou receio. Mesmo sabendo da fraqueza que aquele líder religioso estava no momento, ele recua um pouco em sua fala e diz que poderia aguentar mais um pouco naquele país. Mas, que se em seis meses eles não o liberassem para retornar para a sua terra e ver os seus filhos, teria que tomar alguma providência, pois não aguentaria ficar tanto tempo longe da sua família. Caso isso ocorresse ele solicitaria a ajuda ao primeiro-ministro inglês, conforme Tody havia sugerido.

Johnson tinha contatos com pessoas importantes do exército Inglês e sabia que tinha condições de conseguir um contato com o primeiro-ministro, caso ele requisitasse. Entretanto, para tomar essa ação ele precisava de um aval de Wilian, pois, caso esse contato não desse os resultados esperados e aquele líder religioso soubesse dessa informação, antes de uma decisão tomada por aquele governo central, o doutor poderia ser preso, torturado e morto naquela cadeia e esse era o grande receio que todos tinham.

Durante uma boa parte daquele dia, os militares que estavam preparando a missão para matar Wilian através daquele atentado, trabalhavam naquele carro que seria usado na terça-feira, ajustando todos os detalhes para que as evidências de que aquilo havia sido um ataque programado pelos próprios militares do regime vigente pudessem ser apagados.

Eles sabiam que com a morte daquele doutor, as organizações internacionais poderiam pedir uma investigação independente ou de órgãos diretos do governo central do Afeganistão. Por isso eles estavam tomando todo o cuidado possível para apagar qualquer evidência de que aquela ação foi executada por eles.