O mês de janeiro de 2002

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Logo no dia 03 de janeiro, Aisha já estava a estudar com a sua professora de inglês e a sua tutora, conseguindo dialogar com mais facilidade na língua inglesa depois de praticar com a sua família nos dias anteriores.

Os primeiros 10 dias daquele mês passaram de forma bem rápida e Aisha sempre se lembrava da proposta que o seu pai havia lhe feito de entrar em contato com Wilian, mas, ela, com medo de estar lhe infortunando, não teve coragem de solicitar a ligação, esperando que ele tocasse nesse assunto em algum momento.

No Afeganistão, as coisas estavam bem tranquilas naqueles dias, com Wilian trabalhando com uma certa tranquilidade naquele hospital, em uma situação de normalidade. Alek, felizmente estava bem melhor e recebeu alta, podendo ir para casa. Em poucos dias, provavelmente, ele estaria de volta a aquela ou outra equipe para desenvolver os seus trabalhos de enfermeiro. Aquele doutor ficou mais tranquilo ao saber que o enfermeiro de sua equipe havia se recuperado, depois daquela imensa violência contra o seu corpo no interrogatório realizado por aqueles militares.

No dia 14 de janeiro de 2002, em uma segunda-feira, Aisha não aguentou mais e foi falar com o seu pai, assim que ele acordou e parou na cozinha:

- Pai. Eu estou com muita saudade do doutor Wilian, quando o senhor conseguirá que eu converse com ele?

- Minha filha. Eu esqueci desse seu pedido. Com essa questão do revellion e demais comemorações, eu acabei me esquecendo. Diz Wilian tentando passar credibilidade em sua fala.

- Pois é pai. Eu estou querendo muito conversar com ele, para matar um pouco a saudade. O senhor acha que isso pode ser possível?

- Sim minha filha. Eu vou fazer o seguinte. Como te disse, aquele hospital é bastante precário e tem apenas uma linha funcionando. Não é legal que nós utilizemos essa linha para que você converse com Wilian, pois poderemos estar deixando uma linha ocupada, que poderia estar sendo utilizada para alguma emergência. Para evitar isso, eu vou trazer um rádio aqui pra casa e conversaremos com o Wilian pelo rádio. Pedirei ao Toddy para que leve um rádio para que vocês possam conversar de forma mais tranquila, ainda essa semana. Pode ser?

- Claro pai. Eu ficaria muito feliz se esse meu desejo pudesse ser realizado dessa forma. Muito obrigada! Diz Aisha mais sorridente naquele momento.

- Tudo bem minha filha. Me desculpe por ter esquecido do seu pedido.

- Não se preocupe pai. Diz Aisha.

Assim que parou de conversar com Aisha, Johnson foi imediatamente enviar um e-mail para Tody, pedindo a ele que levasse o rádio para o hospital na quinta-feira pela manhã, para que Aisha pudesse falar com o doutor Wilian pela primeira vez depois de tanto tempo, pois ela estava com saudades.

Alguns minutos depois ele recebe a resposta positiva de Tody, mas, com uma preferência de que esse contato fosse realizado anoite, pois durante o dia ele tinha algumas missões. Então Johnson se lembra que Aisha também estudava durante boa parte do dia e que seria melhor para ela também que aquela conversa ocorresse durante a noite. Então ele combina com Tody, por volta das 21:30 horas no horário do Afeganistão, o que daria aproximadamente 17 horas, no horário da Inglaterra.

Na quinta-feira, dia 17 de janeiro de 2020, Aisha ficou em uma ansiedade enorme, quando o seu pai, logo pela manhã, informou que ela teria que terminar a sua aula com a tutora um pouco antes do normal, pois, ele faria contato com Tody naquela data, quando ele estivesse no hospital para que ela pudesse conversar com Wilian. O sorriso de Aisha foi irradiante quando ele informou que aquela conversa poderia ser realizada naquele dia.

Por volta das 17:00 horas, ela se despediu da tutora e eles fizeram aquela ligação no rádio comunicador para Tody, quando ele atende e diz:

- Boa tarde aí pra o senhor oficial Johnson!

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora