A manhã do dia seguinte

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Assim que o dia amanhece, Johnson começa a enviar e-mails para pessoas importantes da diplomacia inglesa, tentando arrumar uma forma de liberar o translado de Aisha, pelo menos, até a embaixada. Ele sabia que se conseguisse sair daquele aeroporto até a embaixada inglesa, com a sua influência, ele, certamente, conseguiria um documento para levar Aisha a Inglaterra. O grande problema é que ele estava impedido de sair daquele espaço com a jovem.

Com o tempo passando, novos oficiais da polícia turca foram se aproximando para questionar aquele oficial sobre a sua situação e a de Aisha. Muito preocupados, aqueles senhores já estavam a dizer para Johnson que a jovem teria que ir para uma embaixada do seu país de origem para conseguir os documentos ou, caso a justiça desse um posicionamento contrário ao seu pedido, ela poderia ser extraditada para o Afeganistão imediatamente.

Essa fala deixou Johnson muito inquieto, a situação da jovem já estava também em outras instâncias e a qualquer momento poderia sair uma ordem de extradição dela, o que a levaria para o seu país de origem, sem que ele pudesse fazer nada para mudar isso.

Então ele consegue o telefone do próprio embaixador inglês na Turquia e explica para ele a situação. Ele diz que a jovem era uma menina incrível e que ele a prometeu salvar a sua vida. Afirmou também durante a conversa que a jovem estava muito ameaçada no seu país de origem. Imediatamente aquele embaixador se colocou a disposição para tentar resolver a situação.

Muitos contatos são realizados e o embaixador chega no aeroporto por volta do meio dia com alguns documentos. Ele pediu uma sala especial e com um tradutor, levou Aisha para essa sala visando questioná-la sobre as suas intenções, sem a presença de Johnson.

Tudo que Johnson a pediu nesse momento era para que ela ficasse calma e dissesse a verdade para aqueles senhores, então ela entra na sala. Estavam presentes naquela sala dois oficiais da Polícia Federal turca, um tradutor e o embaixador inglês.

- Sente-se por favor Aisha.

Aquela jovem muito tímida se senta, demonstrando preocupação. Quando aquele senhor tenta acalmá-la.

- Aisha, não se preocupe. Afirma ele, enquanto o tradutor dizia na língua de Aisha para que ela pudesse entender: - Tudo que queremos aqui é resolver a sua situação o mais rápido possível e da melhor forma possível pra você. Mas, eu preciso que me conte a verdade do que está a acontecer. De que região do Afeganistão você é?

- A minha cidade fica ao norte do Afeganistão senhor.

- Lá ainda é controlado pelo Talibã?

- Não senhor o meu marido era do regime Talibã, mas eles foram rendidos e o outro regime entrou no país, por isso conheci o senhor Johnson.

- Você é casada Aisha? Questiona aquele embaixador.

- Sim senhor. Eu sou casada a mais de um ano.

- E onde está o seu marido?

- Como disse, assim que a batalha começou, ele fugiu senhor.

- E porque não te levou?

- Ele não gostava de mim senhor. Me maltratava me dando surras quase todo o tempo. Um dia eu não suportei e com medo do castigo que ele iria me aplicar eu tentei o suicídio. Fui para o hospital. Como ele era muito influente, arrumou uma forma de me tirar do hospital, ainda em tratamento. Na noite em que ele fugiu, me deixou em casa sozinha para morrer. Diz Aisha com um semblante extremamente triste ao contar aquele relato, quando lágrimas começavam a se formar em seus olhos.

- Minha nossa! Assusta um daqueles policiais.

- Tem certeza disso que está me contando Aisha? Questiona aquele embaixador assustado.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora