Casamento forçado e abusivo II

13 de dezembro de 2001

Era quinta-feira, dia 13 de dezembro de 2001 e aquele líder religioso preocupado com as informações que estava a receber sobre possíveis ameaças de um ataque vindo do Oeste que poderia chegar a aquela cidade, decide ir até o hospital para saber como o dr. Wilian estava e quais eram as suas intenções.

Ele chega pela manhã naquele hospital e é recebido pelo presidente daquele local que estava com muito medo dos resultados daquele inquérito, o recebendo muito bem e o levando a sua sala para uma conversa:

- Senhor líder, a que devo a honra da sua visita?

- Eu não estou nada bem com o senhor presidente, o que o senhor fez não foi nada certo, libertar aquela menina sabendo que o regime estava a querer interrogá-la. Eu já deveria ter te tirado desse posto assim que descobri toda essa história.

- Senhor, mas é claro que eu não sabia, ninguém me contou esse contexto. Se tivessem me contato obviamente que eu não teria a liberado.

- E como não sabia, se os meus soldados vinham aqui praticamente todo o dia para tentar interrogá-la e por muitas vezes foram enxotados por aquele doutor?

- Eu dou minha palavra que não sabia senhor. O que eu iria ganhar com isso? Só iria perder. Eu não faria isso se soubesse.

- Eu vou relevar essa questão com o senhor. Mas, fique mais atento ao que acontece nesse hospital. Saiba que o inquérito está em minhas mãos, assim como você agora e qualquer coisa eu posso te colocar na cadeia.

- Eu sei disso senhor. Mas, isso não vai ser necessário, pode ter certeza que farei tudo que o senhor desejar nesse hospital daqui pra frente. O senhor terá o melhor administrador que poderia ter. Eu estarei de olho em tudo que acontece por aqui.

- Agora eu quero falar com Wilian. Preciso resolver algumas coisas com ele.

- Eu vou mandar chamá-lo. O senhor vai precisar de mim ou quer falar a sós com ele?

- Quero falar a sós com ele.

- Pode se sentar aqui na minha cadeira senhor. Ele já vem, vou chamá-lo imediatamente. Diz aquele presidente se sentindo muito intimidado naquele momento. Aquele líder religioso tinha um poder muito grande naquela sociedade, no contexto de guerra em que ela estava. Naquele momento, ele poderia condenar qualquer pessoa, a praticamente o que ele quisesse, que ninguém ousaria se opor, já que o poder estava todo em suas mãos, enquanto não estava montado um conselho religioso.

Poucos minutos depois, andando calmamente com as mãos sobre as costelas, extremamente doloridas, Wilian entra naquela sala, cumprimenta aquele líder e se senta na cadeira, demonstrando estar a sentir muitas dores, quando aquele senhor questiona:

- Está tudo bem com o senhor doutor?

- Eu estou me recuperando senhor. Aqueles seus oficiais me bateram muito.

- O senhor sabe que mereceu não é?

Wilian fica sem saber o que responder naquele momento, quando apenas balança a cabeça em concordância.

- Eles estão malucos para te interrogar Wilian. Eu estou sofrendo muitas pressões para isso.

Naquele instante Wilian engole seco e começa a suar intensamente. Quando aquele senhor continua:

- Eles disseram que em duas horas o senhor contará tudo que eles precisam saber com certeza.

Wilian novamente sente um frio na barriga e o seu corpo começa a tremer de tanto medo, quando aquele líder, muito experiente, percebe que ele estava aterrorizado com aquela possibilidade e diz: