11 de dezembro de 2001

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No Afeganistão, três dias após aquele ataque violento, Wilian finalmente consegue levantar de sua maca, com partes de seu corpo imobilizado, ainda sentindo imensas dores, especialmente no rosto e nas costas. Logo pela manhã ele foi até o escritório do presidente daquele hospital para sondar como estava a sua situação:

- Olá presidente, bom dia para o senhor!

- E o que tem de bom Wilian. Eu estou sendo investigado por sua culpa.

- Como assim presidente?

- Você vem e me libera uma paciente que estava a ser investigada sem me dizer da situação dela e ainda vem me perguntar porque eu estou sendo investigado doutor. Não tem vergonha na cara?

- Senhor, Aisha, no momento em que recebeu alta, formalmente, ainda não estava sendo investigada.

- Você sabia muito bem que eles estavam querendo interrogá-la e a liberou sem me dizer nada.

- Eu não vejo nada demais nisso.

- Mas, o exército da aliança do norte não pensa muito como você, seu irresponsável. Todos já sabem de todo o plano. Todos sabem que foi Johnson que levou Aisha em um conluio preparado entre ele e o senhor. Não precisa mais se fazer de desentendido pra mim, que eu já sei de tudo!

Após aquela fala Wilian fica muito assustado. Ele não sabia que aquele presidente sabia de toda a história. Quando assustado ele questiona:

- E como você soube disso senhor?

- Eles pegaram o enfermeiro Alek para interrogatório. O torturaram de uma forma extrema e ele contou tudo. Ele chegou nesse hospital quase morto na manhã de ontem. Está na UTI agora!

- O que? Questiona aquele doutor horrorizado.

- É isso mesmo que você ouviu. Por sua irresponsabilidade um dos nossos enfermeiros está entre a vida e a morte nesse hospital, outros vários profissionais estão em um inquérito prestes a serem condenados, inclusive eu, e eles estão doidos para te pegar e te condenar, provavelmente a morte doutor. Satisfeito com a sua irresponsabilidade ocidental e os resultados que ela pode trazer.

Wilian fica em estado de choque ao saber de toda aquela situação. Ele imaginava que as coisas poderiam se complicar, mas, jamais chegou a supor que tudo poderia ficar tão extremo. Se soubesse que aqueles comandantes da aliança do norte fossem agir assim, ele teria modificado o plano e não teria autorizado a saída de Aisha daquela forma do hospital. Ele então respira fundo e questiona muito preocupado:

- Onde está o Alek?

- Ele está na UTI, na sala em que o senhor trabalhava. Acho que o senhor sabe o caminho melhor do que eu.

- Eu vou lá vê-lo.

- O senhor claramente não está em condições para isso. Olha o seu estado Wilian? Diz aquele presidente.

- Eu preciso vê-lo senhor. Eu preciso saber se posso fazer alguma coisa para ajudá-lo. Diz Wilian com um semblante preocupado, quando lágrimas começam a se formar nos seus olhos.

- Se acha que pode fazer alguma coisa, pode ir.

Ele então abre aquela porta, com muita dificuldade e sentindo muitas dores, começa a caminhar em direção a UTI, quando é observado por todos daquele hospital.

Ao chegar na sala em que Alek estava, ele questionou a um dos enfermeiros qual era a sua maca e o enfermeiro apontou. Ele ao chegar para ver aquele homem de sua equipe, se desespera. Alek estava irreconhecível, com o seu rosto todo desfigurado e muitas marcas pelo corpo. Aquele homem foi torturado de uma forma desumana. Wilian tudo que faz ao lado daquela maca é chorar compulsivamente, se sentindo culpado por aquele ataque a um membro de sua equipe.

Casamento forçado e abusivo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora