Capítulo 02

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Ian: Você precisa ter cuidado, eles vão tentar outra vez.

Alfonso: Eles não vão me intimidar. – Sorriu sarcástico – Alguma vez você já viu eu me intimidar com algo, Ian?

Ian: Tirando a Dulce? – Perguntou debochado. Ian gostava de provocar. Ele trabalhava com Alfonso há anos, e conhecia bem o amigo. Presenciara toda a antiga história com a ruiva dos olhos castanhos. Desde a tórrida paixão até o abandono sem maiores explicações.

Alfonso: Ela é passado. – Alfonso deu de ombros, ainda com um risinho no rosto. Claro, seria bem mais simples se toda aquela indiferença fosse real.

Ian: Sexta-feira – Cantarolou – Para onde vai hoje?

Alfonso: Beer. – Um bar Nova Iorquino. Desde que Dulce partira, Alfonso virara outra pessoa. Um pouco debochado ele sempre fora, mas a aparente indiferença e a superficialidade de seus sentimentos eram algo novo. Já fazia cinco anos, e as malditas marcas que ela deixara em sua vida ainda estavam lá. Depois que ela fizera questão de provar que o 'para sempre' não existe, Alfonso mudou consideravelmente. Por algum tempo buscou entender o porquê daquela partida tão repentina, mas depois, pouco a pouco, ele foi se transformando. Era mais simples bloquear seus sentimentos e fingir que estava tudo bem. Fingia tanto, que até passara a acreditar que era verdade. Era simples: cada sexta-feira uma mulher diferente. Nada de compromissos, nada de decepções, fácil assim. – Quer vir? – Convidou o amigo.

Ian: Sua irmã vai? – Provocou.

Alfonso: Nem pense nisso, Somerhalder! Maite não é para o seu bico!

Ian: Esse seu instinto protetor me irrita.

Alfonso: Ela é a única coisa importante na minha vida, e por mais que você seja meu amigo, eu te conheço muito bem. Não vou deixar que a magoe. – Respondeu simples. Maite não era nenhuma garotinha ingênua, era uma mulher madura, mas Alfonso cumpria bem o papel de irmão mais velho, e sentia-se no dever de cuidá-la. Quem sabe, talvez, porque não quisesse que ela sofresse como ele sofreu.

Ian: Olha, meu caro, não era exatamente em magoá-la que eu estava pensando. – Cerrando os dentes, Herrera lançou-lhe um olhar que acabou com o sorriso que habitava o rosto do amigo. – Não seja tão chato.

Alfonso: Não seja tão folgado. – Rebateu, com um leve soco no braço do outro. E depois de um instante em silêncio, ambos caíram na risada.

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