Capítulo 70

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A contragosto, Alfonso seguiu as instruções da enfermeira. Não sem antes teimar mais uma vez que queria notícias de Anahí.
Depois de preencher o formulário de pré internação, ele fora conduzido a uma outra sala, mais reservada, no final de um dos corredores do hospital.
O lugar era amplo, bastante iluminado. Alfonso estava sentado numa das poltronas cor de areia, com os olhos pregados no grande corredor que percorrera até chegar ali.
Com os dedos tamborilando nos joelhos, ele deixava que sua cabeça fosse para longe. Lembrou-se de quando conhecera Anahí, do momento em que os joguinhos de sedução se tornaram maiores que ele e o sentimento cresceu, saindo de controle. Como a amava. A amava tanto que mudara até mesmo o seu jeito de ser por ela. Anahí havia devolvido a ele a coragem de viver a vida, de abrir o coração sem receios. Ela fizera com que ele baixasse todas as suas defesas, tão duramente construídas depois que Dulce partira. E, no entanto, veja só onde ele estava agora. O coração mais destroçado que nunca.
Mais intensa do que as recordações dos momentos bons que tivera com Anahí, eram as lembranças dos momentos ruins. Agora, depois de descoberta a farsa, tudo parecia fazer sentido. Conturbado, cheio de sim e nãos, idas e vindas, palavras não ditas e olhares carregados. Hoje, ele podia apostar que aquilo tudo fazia parte do jogo sujo de manipulação que ela fizera com ele.
Dizem que uma mentira é capaz de acabar com tudo aquilo que foi verdade. E era exatamente isso o que havia acontecido. Todos os momentos tão únicos já não eram reais e, aos olhos dele, nunca foram. 

Alfonso: Escuta – Levantou, impaciente, parando em frente ao balcão onde uma enfermeira digitava algo no computador. – Eu estou aqui há mais de meia hora – Reclamou – E até agora não tive notícia alguma da mulher que estava comigo! 

– Qual é o nome dela? – Perguntou.

Alfonso: Anahí Giovanna. – Ela assentiu, encarando a tela à sua frente. 

– Vou ver o que posso fazer por você.

Alfonso: Olha, se possível, me deixe falar com o Doutor Matthew Davis. Diga a ele que Alfonso Herrera está aqui.

– O Doutor Davis deve estar com Anahí agora. É ele quem está de plantão na emergência hoje. Lamentavelmente, não posso tirá-lo de lá e trazê-lo até aqui agora.

Alfonso: E eu não posso ficar sem notícias! – Bradou, exaltado. 

– Poncho? – Alfonso virou. Matthew vinha com um papel nas mãos. – Li seu nome na ficha da paciente. É da família?

Alfonso: Não, mas sou responsável por ela. Como ela está?

Matthew: Acabamos de levá-la para a sala de cirurgia. Venha comigo. – Pediu.

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