Capítulo 28

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Paul: Dei o recado a ela, Any. Charles estará me esperando numa sala no segundo andar. – Anahí piscou diversas vezes. Foi difícil para ela fingir estar bem. Mas ela conseguiria. Fingir era uma arte que ela dominava.

Anahí: Tome cuidado.

Paul: Tudo bem. Eu vou tomar.

Anahí: Quer que eu vá com você?

Paul: Não. Melhor que eu vá sozinho. Me espera aqui?

Anahí: Eu... Ahm... – Correu os olhos pelas pessoas que estavam ali, a dança havia terminado e Alfonso sumira de vista. – Eu vou esperar lá fora. Preciso tomar um ar. – Disse levando as mãos ao rosto. Anahí jamais imaginou que ver Alfonso outra vez pudesse causar-lhe todas aquelas sensações. Ela se viu sentindo coisas que nem imaginava. Querendo estar com ele outra vez, lamentando por tudo o que não viveu e provando o sabor da mágoa. No fundo, bem lá no fundo, Anahí estava magoada, ainda que estivesse completamente ciente de que se não fosse ele a tirá-la de sua vida, ela o faria por si própria. Mas para qualquer um o sabor da rejeição é amargo. Principalmente para ela que tinha o mundo aos seus pés.

Mas o que Anahí não sabia é que embora ela não estivesse vendo Alfonso, ele a estava vendo. Parado ao lado de Dulce e mais um casal, no canto do salão.

Alfonso: Dul, vou buscar algo para tomarmos. Eu já volto. – A ruiva assentiu, continuando a conversa com os amigos. E Poncho, disfarçadamente, partiu para o jardim, procurando Anahí.

Ele sabia que deviam conversar, e ainda que aquela não fosse a hora mais oportuna, ele precisava ir atrás dela.

Alfonso: Então era mesmo você. – Ele parou ao lado dela. Anahí estava afastada da grande mansão. Tinha a máscara nas mãos, os olhos fixos no horizonte.


Música da cena: Sleeperstar - I Was Wrong

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Anahí: Não me reconheceu naquela dança, Herrera? – Perguntou sem encará-lo.

Alfonso: É claro que reconheci. – Os olhos dele também pregaram-se no horizonte. Faltava coragem para mirá-la. Ele sabia que uma vez imerso nos olhos dela, seria difícil dizer algo com nexo – O que faz aqui?

Anahí: Vim acompanhar um amigo.

Alfonso: O que dançava com você?

Anahí: Sim.

O silêncio que veio a seguir foi opressor.

Alfonso: Giovanna, eu te devo desculpas. – Murmurou. Ela não moveu sequer um músculo. Manteve-se ali, parada, fingindo não vê-lo – Eu não me orgulho da atitude que tive com você naquela noite.

Anahí: Esqueça. Você não me deve nada. Nós não tínhamos nada.

Alfonso: Sim, eu devo. – Ele deu alguns passos, até ficar de frente para ela – Olhe para mim. – A íris azul focou-o, gelada – Eu sinto muito.

Anahí: Como vai a Dulce? – Ele franziu o cenho com a pergunta tão fria e direta.

Alfonso: Bem. – Respondeu baixo.

Anahí: Então você não sente muito. Com licença. – Ela virou-se, caminhando para a mansão.

Alfonso: Espera! – Alfonso segurou o braço de Anahí, virando-a para si.

Ela encarou a mão segurando o seu braço. O contato com a pele dele a queimava. Só um toque e ela se sentia tão entregue, tão vulnerável. Uma pena que o que acontecia ali não se tratava apenas de uma mulher magoada, mas sim de uma mulher que jamais poderia ter um relacionamento normal com alguém. Principalmente com ele. Ela fora criada para sempre partir. E era isso que ela faria, mais uma vez.

Anahí: Esperar o que? Você me explicar que o seu grande amor voltou e por isso não há mais espaço para mim? Alfonso, tudo bem, eu entendo. É isso que você quer ouvir?

Alfonso: Giovanna...

Anahí: Pare, okay? Você não precisa se esforçar para me fazer entender. – Ele a soltou – Eu entendo. Eu quero que seja feliz. Agora me deixe sumir da sua vida, por favor. – Pediu. E a passos rápidos voltou para a mansão. Mais um segundo ali e toda aquela pose ruiria. Ela já podia sentir seus olhos ardendo, não precisaria muito tempo e estaria chorando. E jamais choraria na frente de alguém. Já era ridículo o suficiente fazê-lo sozinha.

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