Naquela terça-feira, quando Anahí acordou, ele estava lá, sentado no sofá, o celular nas mãos. Assim que ele viu que os olhos azuis estavam abertos, Alfonso caminhou até ela, sentando na beirada da cama.
Alfonso: E aí? – Perguntou com um meio sorriso – Como está? – Anahí ficou um tempo encarando a íris verde, ali, tão perto. Fazia exatos oito dias que ela não o via. Durante um bom tempo, ela pensou que ele não voltaria e, no entanto, agora ele estava ali, como se nunca tivesse partido. – Falei com o Matthew e ele disse que, provavelmente, no final dessa semana você já vai receber alta. – Quieta, ela tentava assimilar o que estava acontecendo – O que foi? – Perguntou, a sobrancelha levemente arqueada – Sente alguma coisa? – Sim, ela se sentia confusa, um tanto destroçada, e ela ousava dizer que até um pouco magoada. Ainda que Anahí não se sentisse no direito de exigir nada dele, ela esperava que ele estivesse ao lado dela naqueles dias. O que não aconteceu.
Anahí: Não. Eu estou bem. – Resumiu-se a dizer. – Como vai ser depois que eu receber alta? Volto para a cadeia e tudo começa outra vez?
Alfonso: Acho que depois do que aconteceu eles não farão nada contra você.
Anahí: Eu não tenho medo.
Alfonso: Mas deveria, Anahí. Eles não estão brincando, não estão jogando. Ian me contou que uma equipe do FBI entrou para ajudar no caso. Vão trabalhar com o Michael. – Ela suspirou.
Anahí: Christopher já tirou o meu filho de mim, Alfonso, o que de pior poderia acontecer?
Alfonso: Nosso filho. – Corrigiu e, depois de um longo suspiro, continuou – Por que você não confessa de uma vez? Será que não percebe que se Pedro se importasse tanto com você quanto você se importa com ele, já teria arrumado um jeito de te tirar da cadeia? Onde ele está agora? Por que não aparece? Por que não vem salvar a filha dele?
Anahí: Alfonso você não entende...
Alfonso: Então tente me explicar. – Contestou, o olharagoniado.
Anahí: Ainda assim você não entenderia.
Alfonso: Mas tente. – Insistiu, segurando, impulsivamente, amão direita dela. Ela respirou fundo uma, duas, três vezes. O toque quente etão seu, misturado ao perfume que era só dele, não a deixavam raciocinar com aclareza necessária.
Anahí: Alfonso, é tão complicado... – Disse, encarando a mãoque segurava a sua, o polegar acariciava-lhe a pele.
Sorte ou azar, o celular de Alfonso tocou antesque ela pudesse continuar. Soltando-lhe a mão, ele atendeu.
Alfonso: Oi, Meg, e aí?
Megan. Anahí se lembrava bem dela. Então era porisso que ele sumira. Céus, aquilo foi pior do que um soco no estômago.
Alfonso: Uhum. – Continuou – Claro. Te encontro essa sextaentão. Obrigado, tá? Se cuida. – E desligou.
O pior de tudo é que depois ele voltou a olharpara Anahí com a mesma ansiedade de minutos atrás.
O que Alfonso queria, afinal? Ela não entendia,ela não conseguia entender. De qualquer forma, saber que ele estava seguindo emfrente já não a aliviava tanto, mas a magoava. Mesmo que aquilo fosse o que elamais queria, precisava ser agora? Justo agora que ela precisava tanto dele.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...