Capítulo 62

1.3K 107 3
                                    

                  

Depois que entrou no carro, Anahí não viu mais Alfonso. Ela foi com Ian numa viatura, ele com Christopher em outra. Pedro havia saído da Deluxe, apenas por precaução. Paul contara que Alfonso descobrira de Anahí, e havia um plano para quando isso acontecesse. Pedro sairia de cena, afastando-se dos negócios por um tempo até que a poeira baixasse. Paul iria com ele e o resto de seus homens se dispersaria. O grande problema é que, ao contrário do que deveria fazer, Anahí confessou o roubo das provas, e por isso ficaria presa. Roubo, violação e destruição de provas. Era motivos o suficiente para decretar uma prisão preventiva para que ela não interferisse nas investigações.

Christopher: Venha comigo, Anahí. – Christopher apareceu em frente à cela onde ela estava. – Acredito que não terei que te algemar, certo? – Comentou debochado.

Anahí: Eu confessei um crime e não resisti à prisão quando tinha aparatos para fazê-lo – Respondeu, o ar superior brincando no rosto – Então, não. Acredito que você não terá de me algemar. – Ele riu, abrindo a grade de ferro – O que precisam de mim?

Christopher: Uma confissão em caráter oficial. – Segurando o braço de Anahí, ele a conduziu até uma pequena sala.

Lá eles sentaram frente a frente, separados por uma mesa de alumínio. Christopher colocou um gravador sobre a mesa.

Christopher: Alfonso abandonou o caso e agora eu estou à frente das investigações. Espero que não tenhamos problemas.

Anahí: Então não cause problemas. – Deu de ombros – Podemos começar? – Perguntou, os olhos gelados.

Christopher: Claro. – Disse depois de ligar o gravador – Quando quiser. – Ela assentiu.

Anahí: Eu, Anahí Giovanna Puente Portilla, por iniciativa própria, entrei na vida e no apartamento do investigador Herrera, e roubei as provas que estavam no cofre em seu escritório.

Christopher: O que fez com as provas roubadas?

Anahí: As destruí.

Christopher: Como conseguiu abrir o cofre?

Anahí: Uma microcâmera instalada na mesa logo acima do cofre.

Christopher: E como sabia que as provas estavam lá?

Anahí: Também sei investigar, detetive. Estive vigiando os passos de Herrera há tempos.

Christopher: E quem te ajudava? Não queira me enganar que agia sozinha.

Anahí: Apenas o homem que Alfonso pegou mexendo nas coisas dele, naquela noite, aqui na delegacia. – Anahí respondia com tanta naturalidade e indiferença que todas aquelas palavras pareciam verdade.

Christopher: O homem que foi assassinado. – Comentou. Alfonso contara a ele e a Ian o que acontecera. Ambos estavam a par de tudo o que acontecia no caso Damián.

Anahí: O homem que eu matei para que não revelasse nada para Herrera. – Mentiu. E nem ela sabia direito porque estava fazendo aquilo. Talvez estivesse tão desesperada para que Alfonso não fosse atrás de Pedro, que queria livrá-lo de todas as formas. Mantendo a palavra que dera de ser leal a Pedro, ela esperava que ele cumprisse a dele de manter Alfonso asalvo.

Christopher: O que você está dizendo? – Os olhos de Uckermann se estreitaram – Você matou aquele homem?

Anahí: Por que a surpresa? Você, por acaso, também não acha que eu tentei matar Alfonso?

Christopher: Garota, você tem noção do que essa sua confissão representa, não?

Anahí: Na certa, alguns anos de cadeia. – Riu sem vontade –Tenho consciência disso, detetive.

Christopher: Sim, uns bons anos de cadeia. Roubo e assassinato. –Ele estendeu a mão, desligando o gravador que estava sobre a mesa. – Mas eu não sou idiota, Anahí. Sei que não era apenas você e aquele homem. Sei que Pedro está envolvido, que é o mandante.

Anahí: Você não tem como provar o que diz.

Christopher: Você sabe que a sua pena seria consideravelmente reduzida se você colaborasse conosco, não sabe?

Anahí: E eu já não estou colaborando? – Perguntou, falsamente desentendida – O que mais quer que eu diga?

Christopher: Pare de proteger o Pedro e me fale a verdade.

Anahí: Eu não estou protegendo ninguém. Essa é a verdade. – Uckermann respirou fundo,um sorriso surgindo no canto dos lábios.

Christopher: E continuaria sendo verdade se você soubesse que o seu querido padrinho foi o responsável pela morte dos seus pais? – Anahí vacilou. Seus olhos tremularam por pequenos segundos. Mas ela não perderia a pose. Sabia que Uckermann jogaria pesado para que ela entregasse Pedro.

Anahí: Você pode provar o que diz? – Questionou.

Uckermann: Ainda não. Mas tenho fortes indícios.

Anahí: Indícios, não provas. Aliás, você não tem prova alguma contra ele. – Respondeu apenas. O maxilar dele enrijeceu, e ela viu a raiva transformar o seu semblante.

Christopher: Já vi que não quer colaborar. Pois bem – Ele levantou– Se quer fazer isso da maneira mais difícil, nós faremos.

Let Me GoOnde histórias criam vida. Descubra agora