Paul: Você tem mesmo certeza disso? – Ele perguntava pela última vez.
Anahí: Tenho sim.
Paul: Não acha arriscado?
Anahí: Sinceramente? Acho. Mas preciso ver o Pedro apodrecendo por tudo o que fez. – Disse, e existia ódio naquelas palavras.
Paul: Há alguma coisa que eu não saiba?
Anahí: Quando eu tiver certeza você saberá. – Afirmou. – Preciso ir.
Paul: Quer que eu te leve?
Anahí: Não. Prefiro ir sozinha. Você já fez o suficiente. – Anahí sorriu, depois se aproximou do amigo e o abraçou. – Se cuide, Paul. – Ele assentiu – E faça o que eu sugeri, por favor. Saia dessa cidade, desse país. Comece uma vida nova e ajude o Christian a fazer o mesmo. – Ela parou por um instante, e seus olhos se encheram de uma saudosa ternura – Caramba! Sinto falta dele. Vocês dois sempre foram a minha base. Meu único elo com o que havia de bom dentro de mim.
Paul: Não quer vê-lo antes de...
Anahí: Não. – Interrompeu – Sem mais sentimentalismo, por favor! – Exclamou. – Eu não estou indo para o matadouro ou algo assim. Não preciso de uma despedida formal.
Paul: Não se trata disso...
Anahí: Se trata do que, então? De mais uma pessoa para tentar me fazer mudar de ideia?
Paul: É que é arriscado, Any. Primeiro tem o policial... Aquele Uckermann não é confiável. Você nem sabe se ele vai topar. E depois tem o Pedro. Se o Pedro sequer imaginar o que você pretende... – Meneou a cabeça – Você nem sabe qual vai ser a reação dele quando vir você.
Anahí: Pode apostar que não vai ser das melhores. – Disse em tom de brincadeira. Mas Paul não riu. Estava preocupado, e tinha motivos para aquilo. – Hey! Relaxa! – Pediu.
Paul: Estamos falando de um assassino. – Lembrou.
Anahí: Eu sei. Mas você já se esqueceu quem eu sou? Paul, vamos lá! Quem era a garota que conseguia colocar qualquer um no chinelo? Inclusive ele! Hum? – Arqueou a sobrancelha – Ele pode ser perigoso, mas eu também sou.
Paul enfim abriu um leve sorriso.
Paul: Sua pequena manipuladora. – Ela deu de ombros, retribuindo o sorriso.
Anahí: Se cuide! – Repetiu.
Paul: Era eu quem deveria dizer isso para você.
Anahí: E não esqueça: assim que eu sair por aquela porta, junte as suas coisas, ache o Christian e caiam fora de Nova Iorque.
Paul: É difícil recomeçar, Any.
Anahí: E você vem dizer isso justo pra mim, Paul? Eu conheço o grau de dificuldade. Mas começos ou recomeços são uma questão de escolha. Você é capaz de escolher o rumo que vai dar para a sua vida, por mais difícil que seja se livrar do emaranhado em que o destino te meteu.
Paul: Você é uma guerreira, senhorita Portilla.
Anahí: Ambos somos, senhor Wesley. – Fitou o relógio – Agora tenho mesmo que ir. – Anunciou, tomando o caminho da porta.
Paul: Deveria te desejar sorte? – Ela riu.
Anahí: Um pouco de sorte não faz mal a ninguém.
Paul: Então, boa sorte. Se precisar de qualquer coisa, você sabe como me encontrar.
Anahí: Sei sim. Mas estou segura de que não vou precisar. – O abraçou – A gente se vê algum dia, por aí...
Paul: Com certeza.
Foi com um sorriso no rosto que Anahí saiu daquele apartamento. Mas já não estava sorrindo quando chegou ao galpão onde havia combinado de encontrar Christopher.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...