Let Me Go

Capítulo 88

Anahí: Eu não acredito. Sério, não acredito. – Repetia, deitada no sofá. Andrew acabara de subir para arrumar algumas coisas no quarto. Sozinha na sala, Anahí custava a acreditar em toda aquela situação. – É inacreditável. – Disse mais uma vez. 

 O que é inacreditável? 

Anahí levantou o rosto, encarando Megan parada ao lado da porta semiaberta, as mãos abarrotadas de sacolas.

Anahí: Megan. – Arqueando as sobrancelhas, Anahí sentou. – Precisa de ajuda?

Megan: Não, não. – Respondeu, deixando as sacolas sobre a bancada que dividia sala e cozinha. – Mas você falava sobre algo inacreditável. – Comentou, exibindo aquele típico ar de falsa inocência – O que é inacreditável?

Anahí: Você aqui me ajudando. – Respondeu, contendo o fio de irritação que a presença de Megan causava.

Megan: Não estou ajudando você, estou ajudando o Poncho. – Deu de ombros, tirando das sacolas alguns mantimentos e colocando-os nos armários – Aliás, você me enganou direitinho. – Sorriu, cínica – Quando te vi em Hialeah jamais imaginei que fosse uma marginal.

Anahí respirou fundo uma, duas, três vezes. E bom, estamos falando de Anahí, e por mais que desejasse pular no pescoço da morena, ela sabia bem como manter a calma. Por isso, seria com o tom de voz ameno e sutil que ela responderia à altura.

Anahí: Já você não me enganou em nada, Meg. É exatamente como eu imaginei que fosse. Pretensiosa e dissimulada, até um tanto traiçoeira. – E abriu um sorriso angelical – Sabe, não me engano fácil. –O semblante de Megan mudou no mesmo instante. O sorrisinho debochado morreu para dar espaço a um torcer de lábios. O cenho franzido mostrava o quão ultrajada estava. – Mas não vamos falar sobre isso. – Anahí se levantou, caminhando na direção da outra – Nós ficaremos aqui juntas, teremos que nos dar bem. –Arqueou os lábios num sorriso falso – Afinal você está aqui para me ajud... –Cortou-se, meneando a cabeça – Ajudar Alfonso. – Corrigiu-se divertida. 

Ela podia ver os olhos de Megan faiscando, os lábios tremendo de raiva. Mas assim como Anahí, ela não perderia a compostura.Engolindo todas as provocações, ela suspirou, estendendo um prato para Anahí.

Megan: Trouxe comida. – Disse apenas. – Já deve ter esfriado,vou esquentar. – Any riu consigo mesma. Megan até conseguia ser tão calculista quanto ela, mas não era capaz de disfarçar o que sentia. E naquele momento era raiva. 

Andrew: Meg, não ouvi você chegar. Estava terminando de ajeitar o seu quarto. – Anunciou, descendo as escadas. 

Megan: Oi, Andy. Quer comer?

Andrew: Hmmmm. – Revirou as sacolas, animado. Certamente não fazia a menor ideia da rixa não declarada que existia entre Megan e Anahí – O que trouxe? 

Megan: Fricassé. Eu vou subir. Vou deixar minhas coisas no quarto, qualquer coisa estarei por lá. Sinta-se em casa, Any. – Soltou, venenosa, para depois subir as escadas.