Capítulo 104

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Maite: Boa noite, garotos. – A morena entrou no apartamento de Herrera com um punhado de sacolas. Ian e Poncho estavam jogados no sofá, vendo o jogo da MLB que passava na TV. 

Alfonso: Isso! Caralho! – Levantou, acompanhado de Ian, comemorando o final do jogo e a vitória dos Yankees.

Maite: Nossa, eu estou bem, obrigada! – Ergueu o tom da voz, largando as sacolas, nada discreta, sobre a bancada da cozinha. Ian virou o rosto para encará-la. O sorriso que já era grande se abriu ainda mais.

Ian: Oi, Maite! – Disse, caminhando na direção da morena.

Maite: Oi! – Retribuiu o sorriso – Ganharam?

Ian: Claro! Quando é que perdemos? – Ele soltou uma risada, enlaçando a cintura de Maite e dando um beijo estalado na sua bochecha.

Alfonso: Que isso? – Alfonso ergueu a sobrancelha, cruzando os braços. – Quem te deu essa intimidade, Somerhalder? – E embora estivesse sério, era possível ver o tom divertido dançando nos olhos dele. 

Ian: Só estou liberando a minha felicidade, Herrera. – Retrucou, ainda rindo enquanto a soltava.

Maite: Eu gosto da felicidade dele. – Comentou divertida, entrando na brincadeira.

Alfonso: Pois eu não gosto nem um pouco. 

Ian: Que bom que não é você quem tem que gostar, não é? – Cantarolou, dando outro beijo na bochecha dela. – O que trouxe aí? – Perguntou, olhando para as sacolas.

Alfonso: Folgado. – Girou os olhos, aproximando-se dos dois.

Maite: Fui ao mercado, precisava comprar algumas coisas para o meu apartamento e aproveitei e trouxe algumas coisas para o Poncho. – Ela vasculhou uma das sacolas – Pasta de amendoim, pão de queijo, jujubas e outras tantas porcarias que ele adora. – Listou.

Alfonso: O que seria de mim sem você, eim, baixinha?

Maite: Absolutamente nada. Escuta... – Ela encarou Ian – Fica para jantar aqui hoje?

Ian: Com esse seu pedido, é claro que eu fico. – Piscou, mais para provocar Poncho do que para qualquer outra coisa.

Alfonso: Ela não estava exatamente pedindo. Era só curiosidade, não é, Mai?

Maite: Não. Eu estava pedindo mesmo. – Deu de ombros. Os três caíram na gargalhada.

O jantar não tão elaborado – pão com ovo e bacon – foi recheado de risadas. Ian não perdia a oportunidade de soltar alguma gracinha à Maite, aproveitando para alfinetar Alfonso. Ele, embora conhecesse a fama de mulherengo do amigo e tivesse aquela necessidade, quase paternal, de proteger a irmã, sabia que lá no fundo ela e Ian tinham uma boa chance de dar certo. Não era de hoje que Ian estava interessado em Maite, e bom, sendo seu amigo, seria mais fácil mantê-los sob seus olhos. 

Alfonso: Ó, não quero saber de você levando a minha irmã para esses lugares aí que você costuma frequentar! – Brincou.

Ian: Que lugares? Frequento os mesmos lugares que você, meu caro.

Maite: Pelo amor de Deus, vocês estão me deixando maluca. – Deu um tapinha no braço de Poncho – Nós. Não. Estamos. Saindo. – Resmungou pausadamente. – As únicas vezes que eu vejo o Ian é quando você está junto.

Ian: Precisamos mudar isso. – Bufou, balançando a cabeça. 

Alfonso: É... Você pode tentar mudar isso... Mas outro dia, né? 

Ian: Está me mandando embora do seu apartamento ou eu entendi errado? – Fingiu indignação.

Alfonso: Garoto esperto. – Brincou, dando-lhe duas batidinhas das costas. 

Ian: Tudo bem, Herrera. Vou me lembrar disso. 

Alfonso: Duvido que se lembre disso quando estiver saindo com a minha irmã. – Maite limpou a garganta.

Maite: Oi! Eu ainda estou aqui. – Balançou as mãos – E agradeceria se vocês parassem com isso. 

Alfonso: Desculpa, baixinha. – Ele riu – Mas, entenda, preciso garantir a sua integridade. – Completou, para rir ainda mais alto. Maite rolou os olhos.

Maite: Por Deus, eu vou fingir que não ouvi isso.

Alfonso ainda estava rindo quando acompanhou Ian até a porta. 

Ian: Você adoraria me ter como cunhado, vai, confessa. – Provocou.

Alfonso: Boa noite, Ian. – Cortou-o em meio ao riso.

Ian: Foi bom ver você, Mai. – Despediu-se dela com um demorado abraço. – Vou te ligar para marcarmos algo, eim!

Maite: Eu deveria mesmo acreditar nisso?

Ian: E por que não? – Ela balançou a cabeça, curvando os lábios num sorriso.

Maite: Saiba que eu sou tão cabeça dura quanto o meu irmão. 

Ian: Adoro mulheres difíceis. – Brincou. E, depois de um aceno, rumou para o elevador. 

Quando Poncho fechou a porta, Maite estava de braços cruzados, observando o irmão, um sorriso bobo brincando no rosto.

Alfonso: O que foi?

Maite: Você mudou depois do último final de semana. – Suspirou – Sentia falta de ver você assim. 

Alfonso: Assim como?

Maite: Feliz. 

Ele ficou quieto por alguns segundos. Realmente, desde a última visita à Anahí seu humor havia melhorado consideravelmente. Por mais que o futuro dos dois fosse incerto, Alfonso havia se permitido sentir o que sentia, sem culpa. Parara de remoer o passado e tentar sufocar todo aquele amor. Claro, as mágoas ainda estavam lá, a desconfiança também, mas muito menos aparentes que antes. 

Alfonso: É, Mai... eu também sentia falta de me sentir assim. – Ela sorriu.

Maite: Vai vê-la amanhã?

Alfonso: Sim, vou passar o final de semana lá. 

Maite: Posso ir com você? Aí eu distraio a Megan enquanto você fica com a Any. – Riu.

Alfonso: Mai, eu e a Anahí não estamos exatamente juntos.

Maite: Não? Ai, por favor, não começa! Depois de tudo o que você me contou, não faz mais sentido ficar com esse mimimi. – Foi a vez dele rir.

Alfonso: Eu sei. 

Maite: Vai se permitir ser feliz, não vai? – Maite se aproximou dele, abraçando-o. 

Alfonso: Vou sim, Mai. Vou sim. 

O toque do interfone interrompeu o abraço.

Maite: Está esperando alguém? – Ele franziu o cenho.

Alfonso: Não. 

"O Tenente Michael está aqui em baixo. Perguntou se pode subir."

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