Capítulo 75

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Ian: Mas que merda é essa? – Ian gritou assim que entrou no escritório que dividia com Christopher.

Naquele mesmo dia, Alfonso voltou para o 13º distrito. Ele não queria mais protelar a conversa que teria com Uckermann. Conversa essa que, já no primeiro momento, tomou outras proporções, até chegar ao ponto em que estava agora: Alfonso no chão, sobre Uckermann, as mãos segurando com força o pescoço dele. Ambos ensanguentados.

Ian avançou sobre eles e, com custo, os apartou. Christopher respirava com dificuldade e Alfonso bufava, limpando o sangue que escorria de sua boca.

Ian: O que vocês dois pensam que estão fazendo? – Bradou.

Alfonso: Saia daqui, Ian. Tenho um assunto pendente com Uckermann.

Ian: Vocês perderam o juízo? 

Christopher: Alfonso perdeu. – A voz saiu baixa e rouca.

Alfonso: Seu filho da puta. – Alfonso tentou avançar para cima do outro, mas Ian o conteve.

Ian: Não me obriguem a chamar o tenente até aqui.

Alfonso: Chame o tenente, Ian. Chame até o capitão. Tenho muitos assuntos para tratar com eles. – Cuspiu as palavras. 

Christopher: Mas que droga, Alfonso! – Gritou – Eu já disse que não sabia! 

Alfonso: Não me interessa, Uckermann! Isso não muda o que aconteceu. – Rosnou, ainda segurado por Ian. 

Ian: Do que vocês estão falando? Por Deus! 

Christopher: Alfonso me acusa de ter matado o filho dele. 

Ian: Filho? O que... – Olhou para Poncho, atordoado.

Alfonso: Anahí estava grávida. – Respondeu, cerrando os punhos – E ela ainda estaria, se Christopher não tivesse...

Christopher: Se eu não tivesse o que? – Cortou-o, ríspido – Se eu não tivesse batido nela? Se eu não tivesse torturado a pobre vítima? Me desculpe, Alfonso, mas você sabia exatamente o que estava acontecendo e não fez nada para impedir. – Alfonso sustentou o olhar hostil de Christopher, rangendo os dentes.

Alfonso: Eu vou acabar com você. – Sibilou.

Ian: Poncho, se acalme, vocês não vão resolver nada assim. 

Alfonso: Ian, não se meta. – Rebateu, transtornado.

Ian: Você vem comigo agora, Alfonso! E outra hora, decabeça fria, vocês resolvem isso.

Christopher: Não há o que resolver. Eu já me desculpei. Como eupoderia adivinhar que ela estava grávida?

Ian: Christopher, porfavor! – Rugiu – Depois, ok? Depois. 

E, quase arrastado, Alfonso foi tirado da sala.Na porta, dois policiais estavam prestes a intervir.

Ian: Voltem para o trabalho. Eu resolvo as coisas aqui. –Disse, levando Poncho para a sala dele.

E demorou para que ele conseguisse resolverqualquer coisa. Conciliador, Ian ouviu as reclamações de Alfonso por horas,para tentar, ao menos, fazê-lo entender que as coisas não poderiam serresolvidas na base da força. Não por piedade de Uckermann, mas pelo risco que acarreira de Alfonso corria perante àquele descontrole. 

Ian: Uckermann tem razão quando diz que você sabia o queele estava fazendo com Anahí, Poncho. Tanto você, como eu, o sargento, otenente...

Alfonso: Ele matou o meu filho, Ian. – Mais calmo, Alfonsolamentava, sentado em sua cadeira.

Ian: Eu sei. Mas se, como você disse, nem a própria Anahísabia que estava grávida, como Uckermann poderia saber?

Alfonso: Não estou questionando isso. Estou questionando asatrocidades que ele cometeu com ela.

Ian: Agora você questiona. Mas não questionouquando eu fui falar com você sobre isso. 

Alfonso: Ian, eu estava com raiva. – Justificou.

Ian: Eu sei. Mas assim como você não questionou antes,ninguém aqui nessa delegacia vai questionar. Até o capitão sabe que essascoisas acontecem aqui dentro, Poncho. 

Alfonso: Mas não deveriam acontecer. – Bradou, batendo comforça na mesa – Merda!

Ian: É, não deveriam. – Concordou. – Mas essa não será aprimeira e nem a última vez. As coisas só vão mudar aqui dentro, quando alguémque se importe estiver no comando.

Alguém que se importe...

No fim, toda a revolta de Alfonso acabara emnada. Nada além de uma promessa: As coisas iriam mudar dentro daqueladelegacia. Ele faria mudar.    

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