Ian: Mas que merda é essa? – Ian gritou assim que entrou no escritório que dividia com Christopher.
Naquele mesmo dia, Alfonso voltou para o 13º distrito. Ele não queria mais protelar a conversa que teria com Uckermann. Conversa essa que, já no primeiro momento, tomou outras proporções, até chegar ao ponto em que estava agora: Alfonso no chão, sobre Uckermann, as mãos segurando com força o pescoço dele. Ambos ensanguentados.
Ian avançou sobre eles e, com custo, os apartou. Christopher respirava com dificuldade e Alfonso bufava, limpando o sangue que escorria de sua boca.
Ian: O que vocês dois pensam que estão fazendo? – Bradou.
Alfonso: Saia daqui, Ian. Tenho um assunto pendente com Uckermann.
Ian: Vocês perderam o juízo?
Christopher: Alfonso perdeu. – A voz saiu baixa e rouca.
Alfonso: Seu filho da puta. – Alfonso tentou avançar para cima do outro, mas Ian o conteve.
Ian: Não me obriguem a chamar o tenente até aqui.
Alfonso: Chame o tenente, Ian. Chame até o capitão. Tenho muitos assuntos para tratar com eles. – Cuspiu as palavras.
Christopher: Mas que droga, Alfonso! – Gritou – Eu já disse que não sabia!
Alfonso: Não me interessa, Uckermann! Isso não muda o que aconteceu. – Rosnou, ainda segurado por Ian.
Ian: Do que vocês estão falando? Por Deus!
Christopher: Alfonso me acusa de ter matado o filho dele.
Ian: Filho? O que... – Olhou para Poncho, atordoado.
Alfonso: Anahí estava grávida. – Respondeu, cerrando os punhos – E ela ainda estaria, se Christopher não tivesse...
Christopher: Se eu não tivesse o que? – Cortou-o, ríspido – Se eu não tivesse batido nela? Se eu não tivesse torturado a pobre vítima? Me desculpe, Alfonso, mas você sabia exatamente o que estava acontecendo e não fez nada para impedir. – Alfonso sustentou o olhar hostil de Christopher, rangendo os dentes.
Alfonso: Eu vou acabar com você. – Sibilou.
Ian: Poncho, se acalme, vocês não vão resolver nada assim.
Alfonso: Ian, não se meta. – Rebateu, transtornado.
Ian: Você vem comigo agora, Alfonso! E outra hora, decabeça fria, vocês resolvem isso.
Christopher: Não há o que resolver. Eu já me desculpei. Como eupoderia adivinhar que ela estava grávida?
Ian: Christopher, porfavor! – Rugiu – Depois, ok? Depois.
E, quase arrastado, Alfonso foi tirado da sala.Na porta, dois policiais estavam prestes a intervir.
Ian: Voltem para o trabalho. Eu resolvo as coisas aqui. –Disse, levando Poncho para a sala dele.
E demorou para que ele conseguisse resolverqualquer coisa. Conciliador, Ian ouviu as reclamações de Alfonso por horas,para tentar, ao menos, fazê-lo entender que as coisas não poderiam serresolvidas na base da força. Não por piedade de Uckermann, mas pelo risco que acarreira de Alfonso corria perante àquele descontrole.
Ian: Uckermann tem razão quando diz que você sabia o queele estava fazendo com Anahí, Poncho. Tanto você, como eu, o sargento, otenente...
Alfonso: Ele matou o meu filho, Ian. – Mais calmo, Alfonsolamentava, sentado em sua cadeira.
Ian: Eu sei. Mas se, como você disse, nem a própria Anahísabia que estava grávida, como Uckermann poderia saber?
Alfonso: Não estou questionando isso. Estou questionando asatrocidades que ele cometeu com ela.
Ian: Agora você questiona. Mas não questionouquando eu fui falar com você sobre isso.
Alfonso: Ian, eu estava com raiva. – Justificou.
Ian: Eu sei. Mas assim como você não questionou antes,ninguém aqui nessa delegacia vai questionar. Até o capitão sabe que essascoisas acontecem aqui dentro, Poncho.
Alfonso: Mas não deveriam acontecer. – Bradou, batendo comforça na mesa – Merda!
Ian: É, não deveriam. – Concordou. – Mas essa não será aprimeira e nem a última vez. As coisas só vão mudar aqui dentro, quando alguémque se importe estiver no comando.
Alguém que se importe...
No fim, toda a revolta de Alfonso acabara emnada. Nada além de uma promessa: As coisas iriam mudar dentro daqueladelegacia. Ele faria mudar.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...