Capítulo 35

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Assim que Maite entregou o endereço de Anahí para Poncho, ele saiu de casa, deixando a mulher completamente confusa.

A promessa era de que ele não demoraria a voltar. Muitos assuntos precisavam ser esclarecidos entre Alfonso e Dulce. Mas a ruiva não esperaria. Ela fugiria mais uma vez. A verdade era algo com o qual ela ainda não conseguia lidar. Então, com a mesma covardia de anos atrás, ela foi embora. Não que tivesse desistido de Alfonso, isso ela não faria jamais.

20 minutos e ele estava parado em frente ao prédio em que Anahí morava. A confusão na cabeça dele era tão grande que ele nem sabia o que diria a ela quando a visse. A explosão que tivera com Dulce, a compulsão que sentia por ver Giovanna... Ao mesmo tempo em que aquilo lhe gritava o que sentia, ainda havia um bloqueio imenso que o impedia de assumi-lo.
Mas se não era para dizer o quanto precisava dela, então por que ele havia ido até ali? Certamente não era só para saber se ela estava bem.

Anahí: Mande subir. – Ela disse ao interfone.

Anahí andava de um lado para o outro da sala, os dedos tamborilando no queixo. Ela sabia exatamente o que deveria fazer, embora estivesse hesitando antes mesmo de ver Alfonso. Por que o caminho certo é, na maioria das vezes, o mais doloroso?

Quando ela abriu a porta, todas as suas certezas se dissiparam como fumaça. Olhar para ele depois de ouvir a revelação de Maite parecia ainda mais difícil. Parecia mais difícil também conter a vontade de se jogar nos braços dele.


Sugestão de música para a cena: Howie Day - Longest Night

https://www.youtube.com/watch?v=EiqUXVmKfrQ


Mudos eles se encararam por longos minutos. Os olhos de Alfonso, perdidos, aos poucos ganhavam uma convicção que não tinham até então.

Anahí: Alfon...

Alfonso: Shhh... – Pediu, se aproximando dela. Anahí não se moveu, ficando a um palmo de distância dele – Me deixe falar primeiro.

Com os olhos azuis dilatados, Anahí assentiu. O coração pulando no peito, as pernas bambas. Sentimento típico de quando ele estava por perto.

Alfonso: Eu preciso de você. – Soltou, acolhendo o rosto dela entre as mãos – Eu não consigo parar de pensar em você. Eu quero estar com você, quero abraçar você, quero beijar você, quero amar você, e nada mais importa a não ser você. – Ele respirou fundo, retomando o fôlego, as palavras pareciam escapar de sua boca – Meu Deus, isso é loucura! – Exclamou. Anahí iria interrompê-lo, e concordar que aquilo era mesmo uma grande loucura, se não tivesse perdido a voz – Mas dane-se! Giovanna, eu estou louco por você. Me dá uma chance? Me perdoa por toda a minha estupidez. Me deixa fazer dar certo.

Com os lábios trêmulos, ela tentava, a todo custo, impedir que aquele nó que sentia na garganta viesse à tona. Ela não estava preparada para aquilo. Planejara exatamente como o tiraria da sua vida, como o machucaria a ponto dele não querer mais vê-la, mas como levar qualquer plano adiante depois de ouvir àquelas palavras?


"Is it dark where you are?
É escuro onde você está?
Can you count the stars where you are?
Você pode contar as estrelas de onde você está?
Do you feel like you are a thousand miles from home?
Você se sente como se estivesse a mil milhas de casa?"


Anahí: Alfonso, eu... Eu... – Tentou. Seu olhar fugiu do dele, ela tinha que fazer aquilo. Mas então os dedos dele ergueram o seu queixo e, mais uma vez, Anahí ficou presa àqueles olhos. O hálito quente batia em seu rosto, os lábios dele, tão convidativos, estavam próximos demais. Céus, ela precisava dizer que todo aquele sentimento era recíproco. Que desde que o conhecera algo havia mudado nela e que ela sentia uma falta desumana de estar nos braços dele.

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