Capítulo 42

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Demorou segundos até que ele respondesse. Incrédulo, Alfonso piscou os olhos diversas vezes, a boca se curvou num sorriso torto para depois se abrir emitindo uma alta gargalhada.

Alfonso: Mas eu só posso estar muito bêbado mesmo. – Dizia enquanto chacoalhava a cabeça. Era mais fácil acreditar que ela era uma miragem do que crer que estava ali. – Vem, vamos dançar. – Ignorou Anahí, deixando seu copo sobre o balcão e puxando a loira para o meio do bar.

Anahí ficou parada, levemente ultrajada, observando-o se afastar. Mas ora, o que ela esperava? Que Alfonso a recebesse com beijos e abraços? Ah não, Alfonso tinha o seu orgulho – bem grande, por sinal – e ele estava bem ferido.

Não foi só uma música, mas as 5 que se seguiram. Anahí esperava pacientemente, ou nem tanto, que Alfonso resolvesse parar de ignorá-la e, pelo menos, perguntasse o que ela fazia ali, ou como o encontrara.

Controlando ao máximo a sua vontade de arrancá-lo daquela pista de dança, Any, com seus olhos de águia, observava cada gesto dele. Foi preciso que respirasse muito fundo para que não saísse como uma leoa e avançasse naquela loira descabida, quando, no embalo da música, ela passeou as mãos, despudorada, pelo corpo de Alfonso, o seu homem.

Controle-se, pensou. Uma ceninha de ciúmes não seria a melhor maneira de abordá-lo depois de tudo o que fizera.

O que não significa que ela não perderia toda a compostura se aquela proximidade toda se tornasse maior. E foi o que aconteceu.

Anahí viu as mãos de Poncho puxando a cintura da mulher e, provocante, seu rosto se aproximava cada vez mais do dela. Aquilo era demais. Deixando a cautela de lado, ela resolveu agir.

Anahí: Posso? – Perguntou ao se aproximar de Herrera, colocando-se entre ele e a mulher.

Alfonso ficou parado, olhando no mais fundo dos olhos azuis, enquanto a loira, irritada, tagarelava o quanto Anahí era inconveniente.

– Arrume outro, querida. – A outra disse.

Any, até então presa nos olhos de Poncho, virou o rosto para a dona daquela voz fina e cheia de sarcasmo.

Anahí: Escuta, eu não sei até onde vai a sua inteligência, mas eu realmente espero que você não seja burra o suficiente para não perceber quem está sobrando aqui.

Alfonso franziu o cenho, ainda em choque com tudo o que estava acontecendo. Era difícil assimilar a presença de Giovanna ali. Talvez por isso deixou que ela escorraçasse a sua parceira.

Anahí: Vocês dois não combinavam. – Resmungou quando a mulher se afastou, deixando-os no meio da pista de dança.

A boca dele se abriu, no entanto não emitiu qualquer som. A incredulidade, misturada ao tanto de álcool que consumira, não o deixava nem sequer gritar com ela e mandá-la embora, o que certamente faria numa situação daquelas.

Alfonso: O que você pensa que está fazendo?

Anahí: Estou tentando conversar com você. – Ele gargalhou.

Alfonso: O que te faz pensar que eu quero conversar com você?

Anahí: Alfonso, por favor. – Pediu e o viu saindo da pista de dança e voltando para o balcão. Anahí foi atrás, parando na frente dele.

Alfonso: Desista, garota. – Resumiu-se a dizer enquanto pedia outra dose de uísque.

Anahí: Poncho, você pode pelo menos me ouvir antes de me tratar assim?

Alfonso: Como você esperava ser tratada depois da palhaçada que fez? – Perguntou afiado.

Anahí: Você deu uma segunda chance para Dulce... – Comentou sem pensar. Alfonso riu, tombando a cabeça para o lado.

Alfonso: É diferente. Eu amava a Dulce. – Uau! Agora ele conseguira exatamente o que queria. A machucara.

Anahí: Tá legal. – Disse baixo, para depois abaixar os olhos e respirar fundo. Ela não podia se dar ao luxo de ficar mal agora.

Alfonso: Aliás, como você soube que eu estava aqui?

Anahí: Maite me disse que estava em Hialeah, e sua mãe me disse que estava aqui.

Alfonso: Como é? Você foi até a casa dos meus pais? – Ele se levantou, passado o choque vinha a irritação. Quem Giovanna pensava que era para aparecer assim? Para ir à casa de seus pais!

Anahí: Fui.

Alfonso: Inacreditável.

Anahí: Agora podemos conversar? – Alfonso suspirou, enfadado.

Alfonso: Perdeu seu tempo, Giovanna. Volte pra casa. O seu namorado deve estar furioso.

Anahí: Não há namorado algum. – Rebateu.

Alfonso: Não? – Deu de ombros – Sinto muito. – Cínico, ele entortou os lábios – Agora, se me dá licença, eu vou voltar para lá. – Anahí acompanhou com os olhos para onde a mão de Alfonso apontava. Óbvio, era para a loira.


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